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+SNS: Organizadores da manif de sábado acusam Pizarro de "brincar com os números"

Os elogios do ministro da Saúde ao concurso para médicos de medicina geral e familiar que deixou mais de dois terços das vagas por preencher são um sinal de que o Governo "está alheado da situação real das pessoas", diz o movimento +SNS.
Cartaz manifestação
Figuras da Cultura apoiam manifestação de 3 de junho em Lisboa, no Largo Camões às 15h

Em declarações à Lusa, o movimento +SNS, que organiza este sábado uma concentração no Largo Camões a partir das 15h em defesa do Serviço Nacional de Saúde, criticou os elogios do ministro Manuel Pizarro, que enalteceu o “nível de fixação elevadíssimo” do concurso que permitiu colocar 278 dos 306 médicos que concorreram às 978 vagas abertas no país.

“Consideramos que estas declarações são um sinal de alheamento. O Governo está alheado da situação real das pessoas. Há uma falta de médicos que está na origem de vários problemas do SNS. É preciso que o debate se centre nos problemas: há um problema de credibilidade das instituições. Precisamos de mudar muitas coisas e de criar condições para atrair profissionais para o SNS”, afirmou o médico Afonso Moreira.

Para este membro do movimento +SNS, o ministro  “está a brincar com os números”, pois “se formos ver a realidade, onde há um grande défice de médicos, esses défices vão manter-se. Há zonas com milhares de pessoas sem médico de família e onde as vagas ficaram por preencher”, indicou, dando o exemplo do Cacém (concelho de Sintra), no qual ficaram por preencher as seis vagas abertas e há mais de dez mil utentes sem médico de família.

Afonso Moreira apelou à participação na manifestação cívica de 3 de junho, que vai reclamar também “carreiras dignas e salários justos” para se conseguir fixar profissionais no SNS e já juntou mais de três mil subscrições ao seu manifesto. A manifestação conta com o apoio de muitas figuras ligadas à Saúde, como Constantino Sakellarides e Francisco George, e à Cultura, como os músicos Jorge Palma e Salvador Sobral, o realizador João Salavisa e os escritores José Luis Peixoto e Luísa Costa Gomes.

“O SNS tem de ser reforçado em meios materiais e humanos. E que todos os utentes possam ter acesso a tempo e horas a cuidados de saúde de qualidade, sem discriminação de qualquer tipo”, defendeu este médico. Para juntar as pessoas que queiram vir de outros pontos do onorte e centro do país, a organização está a organizar autocarros com partidas do Porto, Coimbra e Viseu.

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