Em comunicado subscrito por STSSSS, CESP, Fenprof, SEP, SIFAP, FESAHT e o SFP, estas organizações sindicais fazem o balanço dos últimos meses de luta desde que apresentaram em novembro a sua proposta de revisão do Contrato Coletivo de Trabalho para 2024.
A essa proposta entregue à Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), a organização patronal das IPSS respondeu com o silêncio, obrigando os trabalhadores a endurecer a luta com uma greve expressiva a 22 de janeiro junto à sede da instituição no Porto. Nesse dia foram recebidos pelo presidente da CNIS, o padre Lino Maia, que voltou a defender que não se podia comprometer com aumentos salariais sem antes chegar a acordo com o Governo para o aumento das comparticipações. O líder da CNIS disse esperar que esses protocolos de cooperação fossem assinados até 15 de fevereiro, o que não se verificou. A 23 de fevereiro, disse à Rádio Renascença esperar que tal acontecesse no princípio de março, o que também não aconteceu.
Cuidados
Trabalhadores das IPSS fizeram “maior greve das últimas duas décadas” e olham para o futuro
Em nova reunião com os sindicatos no passado dia 5 de março, a CNIS informou os sindicatos que o Governo continuava a dificultar o aumento dos apoios as instituições. “Mais uma vez, e apesar das declarações vazias do primeiro-ministro, este Governo continua sem cumprir os compromissos assumidos com os trabalhadores do sector social”, afirmam os sindicatos em comunicado. Desse encontro saiu o compromisso da CNIS de finalmente entregar uma contraproposta de CCT num prazo de duas semanas.
Os trabalhadores dizem que não aceitam mais empobrecer a trabalhar e querem ver os seus salários a garantir uma vida digna e deixarem de estar presos ao salário mínimo nacional. Exigem também a semana das 35 horas de trabalho, o
direito a descansos que permitam conciliar a vida pessoal e familiar, e o fim da discriminação salarial dos educadores de infância em creche.
Para a próxima reunião agendada para 26 de março, os trabalhadores querem ver a contraproposta salarial da CNIS e afirmam que esta tem de pressionar o Governo para este aumentar os apoios sociais das instituições. Os sindicatos deixam desde já o aviso de que não dispensarão qualquer forma de luta para atingir o objetivo da melhoria salarial.