Genocídio

Sindicato dos Jornalistas junta-se a apelo internacional para a aplicação de sanções a Israel

06 de setembro 2024 - 16:42

Sindicatos de jornalistas, ONG de liberdade de imprensa e Federação Europeia de Jornalistas apelam a altos dirigentes da União Europeia que apliquem sanções contra Israel e que suspendam o Acordo de Associação UE/Israel.

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Jornalistas em Gaza
Fotografia de Mohammed Asad/Middle East Monitor

O Sindicato dos Jornalistas de Portugal é um dos 37 sindicatos europeus de jornalistas que se juntam a mais de 20 organizações não governamentais de liberdade de imprensa e à Federação Europeia de Jornalistas para apelar à suspensão do Acordo de Associação entre a União Europeia e Israel e à aplicação de sanções ao país responsável pelo genocídio na faixa de Gaza.

A carta, que foi enviada aos principais diplomatas da União Europeia exige que esta tome ação contra a matança “sem precedentes” de jornalistas por parte de Israel e por várias outras violações da liberdade de imprensa.

As ações de Israel, sublinham as organizações subscritoras, estão bem documentadas e reconhecidas por organizações não governamentais israelitas, palestinianas e internacionais, peritos das Nações Unidas e pelo Tribunal Internacional de Justiça.

Entre estas ações estão o homicídio sem precedentes de jornalistas, a matança direcionada de jornalistas, a proibição de órgãos de comunicação social independentes em Gaza, o número recorde de detenções arbitrárias de jornalistas, o desaparecimento de vários jornalistas, a tortura e os maus-tratos a profissionais de comunicação, a censura e a falta de investigação e de justiça por parte do Estado israelita.

“Os jornalistas têm um papel fundamental na documentação e na comunicação de crimes de guerra e outras violações de direitos humanos. O efeito cumulativo destes abusos é a criação de condições para um vácuo de informação, bem como a disseminação de propaganda e desinformação. Embora Israel defenda que as suas ações têm como objetivo manter o seu povo seguro, a história mostra que a censura e o bloqueio do direito à informação são um caminho falhado para a paz e a segurança”, diz a carta.

As organizações exigem que os líderes europeus pressionem Israel a permitir o acesso dos jornalistas a Gaza, a garantir a sua proteção, e a assegurar a responsabilização de Israel pelos crimes cometidos, pondo termo à sua impunidade.

Lembre-se que uma viatura da RTP foi baleada pelas forças militares israelitas, pondo em risco as vidas dos jornalistas que se encontravam lá dentro. O Ministério dos Negócios Estrangeiros manteve-se em silêncio sobre a situação, não chegando sequer a censurar o Estado israelita pela agressão contra jornalistas portugueses.