"Eles disparam para tudo o que mexe, para tudo o que se tenta aproximar. Não dão sequer oportunidade de diálogo ou de estabelecer um contacto", relatou o enviado da RTP Paulo Jerónimo no dia seguinte a ter sido alvo dos tiros das tropas de Israel sobre o carro onde seguia a equipa da estação de televisão pública portuguesa.
Israel
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“São disparos diretos, não são sequer de intimidação”, explicou o jornalista, acrescentando que poucas horas depois outro grupo de jornalistas foi também atacado a tiro quando tentava entrar em Jenine, a cidade palestiniana que está a ser vítima das incursões do regime sionista.
“Jenine está a entrar numa situação catastrófica porque não há eletricidade nem alimentação a entrar. As pessoas não saem de casa e mesmo as que estão dentro de casa estão sujeitos a que os militares das forças de defesa israelitas lhes entrem dentro de casa” justificando a ação com a busca de membros da Jihad Islâmica.
“Foi algo parecido com o que Israel fez inicialmente em Gaza”, afirmou o jornalista, acrescentando que neste momento “Jenine é uma cidade sitiada e o mesmo acontece em Tulcarém”, outra cidade da Cisjordânia próxima de Jenine.
A deputada bloquista Marisa Matias reagiu à notícia do ataque contra os jornalistas da RTP. Nas redes sociais, Marisa afirmou que “felizmente sem vítimas, este crime repete pela enésima vez o procedimento normal do exército israelita: fazer da informação um inimigo como todos os Estados genocidas sempre fizeram”.
Desde o início dos ataques israelitas a Gaza, contabilizou esta sexta-feira a Repórteres Sem Fronteiras, "mais de 130 profissionais da comunicação social foram mortos em Gaza pelo exército israelita desde 07 de outubro, incluindo pelo menos 31 no exercício das suas funções".