A Relatora Especial da ONU para os territórios palestinianos ocupados pronunciou-se este sábado sobre a necessidade de fazer cumprir o embargo sobre as armas destinadas a Israel, a propósito do navio com bandeira portuguesa que diz transportar oito contentores com explosivos que têm aquele país como destino.
Fórum Socialismo 2024
Catarina acusa Rangel de garantir transporte de armas “a preço de saldo” para Israel
O cargueiro Kathrin foi proibido de atracar nos portos da Namíbia esta semana, com o governo deste país a alegar a defesa das leis internacionais. Francesca Albanese espera agora que as autoridades angolanas sigam o exemplo da Namíbia.
“Estou também extremamente preocupada com o potencial patrocínio do navio por parte de Portugal e com o facto de facilitar a entrega do Kathrin. Isto pode ser uma violação da Convenção sobre o Genocídio”, prossegue a Relatora Especial da ONU, acrescentando que “qualquer transferência de material militar para Israel, que o Tribunal Internacional de Justiça determinou que pode estar a cometer um genocídio plausível, equivale a uma violação da Convenção sobre o Genocídio e da resolução 55/L.30 do Conselho de Direitos Humanos, que impõe um embargo de armas a Israel”.
Em declarações à imprensa na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português admitiu que o navio Kathrin transporte explosivos, garantindo que “não transporta armas, nem munições, nem material de guerra”. Rangel acrescentou que o governo português foi o primeiro a proibir a exportação de armas para Israel e que o navio em causa não irá entregar os explosivos a Israel, tendo como destino a Eslovénia e o Montenegro.
Palestina
Bloco lança petição para tirar bandeira portuguesa de barco que carrega explosivos para exército israelita
Esta sexta-feira, a eurodeputada do Bloco Catarina Martins criticou as palavras do ministro, afirmando que “Portugal está a garantir preço de saldo no transporte de armas para Israel e Paulo Rangel acha muito bem”.
“Quero dizer-lhe: não em nosso nome. O que se exige para travar o genocídio não são boas intenções, é ação. E essa ação começa por retirar imediatamente a bandeira portuguesa ao navio que transporta explosivos para Israel”, defendeu Catarina. O Bloco lançou esta semana uma petição pública com essa exigência.