O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) denunciou esta quinta-feira a “situação de injustiça” dos enfermeiros do Hospital de Cascais, gerido em Parceria Público-Privada. Em causa estão desigualdades nas condições de trabalho mas também na progressão da carreira e no pagamento de horas extraordinárias.
Num comunicado no site da CGTP, o SEP considera “profundamente injusto” que estes enfermeiros continuem a trabalhar 40 horas semanais e que não estejam integrados na carreira de enfermagem. Há ainda o problema de uma progressão que não é “clara e definida” e do pagamento “das horas penosas e extraordinárias” que é “muito inferior ao praticado na Administração Pública”.
Ao mesmo tempo, o sindicato denuncia o facto de o grupo Ribera Salud, que explora o Hospital de Cascais, registar um lucro de 808 milhões de euros em 2024. Ou seja, enquanto mantém os enfermeiros com condições inferiores aos dos hospitais públicos, lucra na casa das centenas de milhões de euros.
Face à “profunda discriminação” dos enfermeiros neste hospital, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses dinamizam um abaixo-assinado “com vista à harmonização de direitos e colocar um ponto final na desigualdade”.
Outros profissionais de saúde no Hospital de Cascais também já se manifestaram também contra discriminações na valorização das carreiras e nos horários de trabalho, que se mantêm a 40 horas.