Trabalho

Sem respostas da administração, trabalhadores da Valorsul fazem greve esta semana

12 de junho 2024 - 20:36

Trabalhadores acusam a administração de adiar permanentemente as negociações com a comissão sindical e de querer impor o fim do descanso semanal em troca da redução do horário de trabalho. Recolha do lixo na região de Lisboa será afetada nas noites de quinta e sexta-feira.

PARTILHAR
Estação de Tratamento e Valorização Orgânica da Valorsul
Estação de Tratamento e Valorização Orgânica da Valorsul em São Brás, na Amadora. Foto Valorsul

A recolha do lixo em muitos concelhos do distrito de Lisboa será afetada nas noites de quinta e sexta-feira desta semana. A paralisação dos trabalhadores da Valorsul, que é o destino dos resíduos sólidos urbanos recolhidos em Lisboa e noutros concelhos, tem início às 0h de 14 de junho e prolonga-se até às 8h do dia 15.

As reivindicações dos trabalhadores incluídas no pré-aviso de greve entregue pelo SITE/CSRA – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas – passam pelo aumento dos salários e restantes matérias de expressão pecuniária, o reenquadramento salarial dos Técnicos de Sistemas de Exploração, a redução do horário semanal para as 35 horas, o aumento dos dias de férias para os trabalhadores em horário geral, a aplicação integral do Acordo de Empresa, a revisão das regras de progressão salarial do Grupo V, Subgrupo V b, melhores condições de segurança e saúde no trabalho e o fim do recurso a prestadores de serviço para funções com carácter permanente.

Em comunicado aos trabalhadores, a comissão sindical acusa a administração de continuar a adiar as negociações desde o início do ano e de na última reunião ter proposto como condição para a redução do horário de trabalho o fim da obrigatoriedade dos dias de descanso semanal, que existem desde sempre e foram mesmo confirmados pelo Tribunal da Comarca de Loures.

A comissão sindical do SITE acusa a Comissão Executiva da empresa detida pela Mota Engil de querer “ganhar na “Secretaria“ aquilo que perdeu em Tribunal”, mas acrescenta que para isso não irá contar com a sua anuência, pois “não vende nem troca direitos conquistados desde 1998, mesmo com cargas policiais como em 2007”.

Quanto ao argumento da administração de que não negoceia sob a pressão de um pré-aviso de greve, os trabalhadores recordam o que sucedeu no ano passado, quando tinham um pré-aviso de greve para os dias das Jornadas Mundiais da Juventude e a administração veio negociar a atribuição de um prémio suplementar e uma solução para garantir a paz social na empresa até ao fim desse ano. Para o SITE, “a verdade dos factos é que o pré-aviso de greve não pressiona ninguém que está de boa fé e quer negociar”.