Pascoe Sabido ganhou fama imediata quando um vídeo se tornou viral em que aparece a ser entrevistado, no âmbito da contra cimeira da COP21 e é preso pela polícia francesa em direto, não interrompendo o seu discurso enquanto é levado por vários polícias para a sua carrinha. É correspondente no Democracy Now!, de Amy Goodman e trabalha no Corporate Europe Observatory, onde lidera o grupo de trabalho de peritos da Aliança pra a Transparência no Lobbying e Regulação Ética (ALTER-EU). Foi entrevistado para o esquerda.net na conferência "Um Plano B para a Europa", em Madrid.
Qual a situação das movimentações contra o TTIP?
Sobre o TTIP e o Obama, há eleições a 8 de novembro nos EUA, então estão a tentar tê-lo feito até lá. Será difícil. Daquilo que soubemos da Casa Branca há cerca de uma semana, provavelmente não acontecerá nesta administração. A Comissão nunca esteve sob tanta pressão e estão a lutar. Mas a questão é, com o TTP, a Parceria Trans Pacífica, sendo aprovada rapidamente, será que vai acelerar tudo? Ninguém pode saber à partida mas se continuarmos a construir, acho que vamos conseguir ser nós a decidir a agenda.
Acho que muitos, muitos grupos se estão a juntar para uma enorme mobilização no final do ano, no outono e vamos ver se podemos voltar a fazer o que aconteceu em Berlim no ano passado, com 250 mil pessoas nas ruas, mas levá-lo um passo à frente e transformá-lo em ação direta em vez de ser apenas uma marcha. E se isso acontecer, quem sabe?
O que esperas deste encontro e o que achas que será o futuro do Plano B?
Gostaria de ver do Plano B, e aquilo que começamos a ver é a convergência entre muitas campanhas e lutas diferentes que têm estado a acontecer, pelo comércio justo, anti austeridade, migração, clima que têm funcionado isoladamente e juntá-los e perceber que, fundamentalmente, precisamos de realmente transformar a forma de vermos a Europa.
As instituições estão estragadas, podem ser consertadas? É a grande questão de momento. Pessoalmente penso que não e espero que as diferentes lutas, cada uma tem a sua análise, mas percebes que essa análise é muito semelhante em si. Cada uma está a ser limitada pela arquitetura vigente e espero que nos consigamos juntar à volta das visões partilhadas, de datas partilhadas e de análises partilhadas que digam que vamos construir outra Europa.
Sobre os próximos passos do Plano B, parece que irá para Roma, ou para outro país. Acho que é muito importante porque teve muito significado nacional ser aqui em Espanha e acho que temos muito para aprender com o que se está a passar e tem passado em Espanha ao longo dos últimos anos, politicamente, em termos de movimentos sociais, mas se é para ser realmente Europeu, temos de garantir que é embarcado por toda a Europa. Para mim, isso é o mais importante e veremos se há energia aqui para o fazer isso seria ótimo de ver e espero que seja uma coisa que não termina aqui, temos de pensar num período de tempo muito mais longo e realmente estabelecer objetivos de cinco anos, dez anos, sobre onde vamos querer estar.