Zoe Konstantopoulou, ex-Presidente da Assembleia da República na Grécia, foi entrevistada para o esquerda.net na conferência "Um Plano B para a Europa", em Madrid.
Qual a atual situação política na Grécia?
Neste momento na Grécia estamos a viver a ressurreição da esperança, mas também a ressurreição da luta e é a obrigação daquele de nós que honraram o compromisso da esquerda, do movimento social e das forças democráticas para reconstruir o que foi despedaçado no verão passado.
Neste momento há muita esperança, mas também perplexidade perante o que irá acontecer na Grécia. Pessoalmente vou garantir a existência de novas iniciativas para garantir a representação democrática e a honra dos compromissos para o futuro.
Qual o futuro de encontros internacionais como o Plano B?
Acho que é importante unirmos as forças. É importante que nos juntemos e discutamos, criemos projetos e planos e que nos mobilizemos. Acho que o Plano B de Paris e o Plano B e Madrid e todas as iniciativas simultâneas deveriam trabalhar em conjunto, deveríamos trabalhar numa perspetiva de união e deveríamos trabalhar na perspetiva de inspirar as pessoas.
Que conselhos dás à Comissão criada para estudar a reestruturação da dívida portuguesa?
É muito importante procurar a verdade sobre como se deu a criação e inflação da dívida em primeiro lugar. Por isso a comissão criada sob os auspícios do Parlamento Helénico se chamava Comité pela Verdade na Dívida Pública. A verdade é a essência e disseminá-la é uma obrigação.
É importante começar pelos factos e é importante lembrar que ninguém tem o direito de pedir às pessoas que paguem a dívida que não criaram e da qual não beneficiaram. Devo dizer que estou à disposição de qualquer autoridade que queira saber mais sobre o funcionamento do Comité pela Verdade na Dívida Pública.
Tenho esperança que a iniciativa portuguesa tenha um destino melhor que a caça às bruxas que está a acontecer agora contra o Comité pela Verdade na Dívida Pública na Grécia.