Sarkozy condenado a três anos de prisão

17 de maio 2023 - 12:34

O ex-presidente francês estava a ser julgado por corrupção e tráfico de influências. Foi considerado culpado de tentar obter favores de um magistrado num outro caso e apanhado porque os seus telefones estavam a ser escutados num terceiro caso por receber dinheiro líbio numa campanha eleitoral.

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Sarkozy à saída do seu julgamento esta quarta-feira. Foto de YOAN VALAT/EP/Lusa.
Sarkozy à saída do seu julgamento esta quarta-feira. Foto de YOAN VALAT/EP/Lusa.

É uma pena inédita para um ex-presidente francês. Nicolas Sarkozy foi condenado na manhã desta quarta-feira a três anos de prisão num caso de “corrupção ativa sobre magistrado” e “tráfico de influências ativo sobre pessoa depositária de autoridade pública”.

O tribunal de recurso de Paris confirmou a pena de Sarkozy junto com o seu advogado, Thierry Herzog, e o magistrado Gilbert Azibert.

Para além dos três anos de prisão, dois de pena suspensa e um deles prisão efetiva a ser cumprida em situação de prisão domiciliária com pulseira eletrónica, o ex-presidente perde ainda pelo mesmo período de tempo os seus direitos cívicos. O seu advogado também fica proibido de exercer durante três anos.

O político da direita francesa tem ainda cinco dias para recorrer junto ao Supremo Tribunal, pelo que não se espera que a pena seja aplicada de imediato.

Este caso em que foi condenado remonta a 2014, quando já não era Presidente, tendo procurado influenciar um magistrado por causa de outro processo no qual estava a ser acusado. Em troca da sua ajuda, Sarkozy ajudá-lo-ia a conseguir um cargo honorífico no Mónaco. Só que o ex-Presidente estava ainda a ser investigado num outro caso e foi apanhado através de escutas telefónicas. Estas ficaram conhecidas mediaticamente como as escutas Bismuth, pois Sarkozy usava o nome falso "Paul Bismuth" para comunicar com o seu advogado.

Esta é a sua primeira condenação confirmada em sede de recurso mas já a segunda nos tribunais. Em setembro de 2021 fora condenado a um ano de prisão devido ao financiamento ilegal da campanha presidencial de 2012. Caso cujo recurso será julgado em novembro. Também a campanha presidencial anterior, de 2007, está na mira da justiça. A Procuradoria Nacional Financeira francesa instou-o a prestar depoimento na semana passada sobre o financiamento daquela campanha. A suspeita é que tenha recebido dinheiro do regime líbio de Muammar Khadafi. Foi, aliás, este o caso que tinha despoletado as escutas em que acabou por ser apanhado.

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