Depois de o Partido Socialista ter anunciado a sua abstenção no voto sobre o Orçamento do Estado para 2025, viabilizando assim o documento no Parlamento, Mariana Mortágua reagiu considerando tratar-se de um orçamento “errado”.
Para o provar, enumerou várias razões: “porque em vez de garantir casa a quem não pode pagar hoje em dia, está a promover o alojamento local, está a vender património público de centenas de milhões de euros para a especulação”; “porque é fiscalmente injusto, porque apoia herdeiros, futebolistas, jovens com rendimentos que não são a realidade dos jovens em Portugal, porque apoia as grandes empresas, mas permite que a desigualdade se abata sobre todas as outras pessoas que trabalham, que têm uma vida difícil e também sobre as pequenas empresas”; “porque tem um nível recorde de cativações” que “atinge particularmente à habitação” e a saúde.
Outra das justificações apresentadas é a medida que fará com que não haja mais nenhuma contratação líquida na Função Pública. A coordenadora bloquista explicou que, desta forma, “o Estado não vai contratar mais um professor além daquele que sair da escola”, nem mais “um oficial de justiça, um enfermeiro, um técnico de diagnóstico, um médico”. Por isso, todos os problemas existentes vão continuar e vão “piorar ao longo do tempo”.
Sobre o anúncio do secretário-geral do PS, notou que este partido “manteve ao longo das últimas semanas uma enorme ambiguidade e também uma enorme incoerência” que foi desfeita ontem “com um desalentado anúncio” de viabilização.
Assim, o Partido Socialista decidiu viabilizar o “orçamento do programa da direita como se um governo de maioria absoluta do PSD se tratasse em Portugal”. E a sua conclusão é que “quem viabiliza orçamentos de direita não é alternativa à direita”.
Pelo contrário, afirma, “o Bloco de Esquerda sem nenhum desalento e com toda convicção, é uma alternativa ao governo de direita e ao orçamento do programa do PSD”.