A Câmara do Porto tinha notificado os lojistas do Centro Comercial STOP para abandonarem o edifício esta sexta-feira. Por isso, o dia voltou a ser de concentração e de manifestação pelas ruas da cidade.
Pouco antes, tinha-se sabido que uma providência cautelar interposta pelos proprietários das lojas impediu o encerramento. “O Tribunal deu nota à câmara de que entrou uma providência cautelar por uma parte dos proprietários. As notificações [enviadas à administração do condomínio e proprietários] estão todas suspensas neste momento. Portanto, neste momento não há prazo. O STOP vai ficar aberto”, avança Rui Moreira ao jornal Público.
Na próxima terça-feira, as duas associações que representam os músicos e a administração do condomínio do STOP vão ser ouvidas na Comissão Parlamentar de Cultura, na sequência de um pedido entregue pelo Bloco de Esquerda. Mas o destino daquele pólo cultural vai regressar ao Parlamento, desta vez com um debate em plenário, graças à petição que recolheu mais do que as 7.500 assinaturas necessárias e que desafia a Câmara do Porto a "reavaliar a sua posição, considerar as suas ações e que reconheça valor inestimável dos músicos e do centro comercial STOP para a cultura da cidade".
"O Porto merece um futuro onde a cultura e a transparência possam florescer em conjunto, onde o património musical é protegido e onde a voz dos cidadãos e os seus espaços de cidadania sejam respeitados", acrescentam os signatários.
Na quinta-feira, o autarca portuense afirmou estar disponível para apoiar a realização de concertos solidários com o objetivo de recolher fundos para "ajudar os proprietários a fazer as obras mínimas para aquilo poder funcionar. Temos a possibilidade de fazer isso no Coliseu e no Rosa Mota", disse Rui Moreira, citado pela agência Lusa.