“A manifestação que estamos aqui a fazer usa réplicas de cartazes levantados em solo russo por vários manifestantes e que por isso foram detidos, presos ou agora têm de pagar uma multa avultada”, explicou o diretor de comunicação e campanhas da Amnistia Internacional em Portugal, Paulo Fontes, à agência Lusa.
“Mais de 15 mil pessoas foram detidas desde o início da ofensiva militar, e daí estas manifestações contra a guerra, que é também uma palavra proibida, são logo reprimidas”, disse Paulo Fontes. A Amnistia Internacional é uma das organizações não-governamentais que teve de encerrar a sua delegação na Rússia. A repressão das organizações da sociedade civil, incluindo da imprensa, "afeta todas as pessoas que possam ter uma voz dissidente e trazer esclarecimentos e uma contra-narrativa à criada por Putin para justificar o ataque à Ucrânia”, acrescentou o ativista da AI.
A ação de rua teve lugar esta quinta-feira junto à embaixada da Rússia, em Lisboa, e alguns participantes, além de empunharem os cartazes com as frases perseguidas, colaram um adesivo na boca para simbolizar a ausência de liberdade de expressão que se vive naquele país. O dirigente bloquista Luís Fazenda também aderiu ao protesto, empunhando um dos cartazes.