Ucrânia

O historiador e professor na Universidade da Califórnia, Berkeley, uma das vozes mais importantes da esquerda russa, fala sobre a lógica imperialista que rege as conversações entre EUA e Rússia sobre o fim da guerra na Ucrânia, os objetivos de ambas as partes e a posição da esquerda russa face a um potencial acordo de paz.

Delegações da Ucrânia e EUA chegaram a um acordo na Arábia Saudita que permite restabelecer a assistência militar e desbloquear o negócio das terras raras. Moscovo avisa Washington que os verdadeiros acordos estão a ser escritos na frente de batalha.

O presidente dos EUA garante estar próximo de conseguir 500 mil milhões de dólares em recursos minerais da Ucrânia como suposta retribuição pelo apoio militar. Ao mesmo tempo, o presidente russo contrapõe que tem “significativamente mais recursos deste tipo do que a Ucrânia” e declara-se aberto para um negócio que inclui territórios ocupados.

Mariana Mortágua sublinhou que há sinais de esperança na campanha corajosa e no resultado eleitoral da esquerda alemã. No terceiro aniversário da invasão da Ucrânia, o Bloco defende que a UE deve ter autonomia estratégica e defender negociações sob a égide da ONU.

Um estudo mostra que em 2024 a UE gastou 21,9 mil milhões de euros em combustíveis fósseis russos. Em termos de ajudas europeias à Ucrânia estas são em média menos de 0,1% do PIB por ano. Muito menos do que o que gastaram em guerras anteriores.

Apesar da guerra, vários movimentos de base lutam pelo interesse público e pela necessidade urgente de reformas justas. Tais iniciativas ressoam na sociedade porque visam melhorar vidas e cuidar do futuro.

Oleksandr Kitral

O novo fascismo nega abertamente o direito dos povos à autodeterminação. Os governos liberais que restam na Europa estão atónitos. Os povos oprimidos já não podem tirar partido da divergência entre grandes potências que existia no passado mas têm agora de travar as lutas de resistência em condições mais difíceis do que nunca.

Gilbert Achcar

Presidente dos Estados Unidos da América tinha prometido acabar com a guerra "no espaço de um dia". Agora, naturaliza a manutenção do conflito procurando uma vantagem económica para o seu país.

Chegados de manhã, Kiev é uma capital europeia como qualquer outra. A cidade funciona, não há avisos de ataques aéreos, a linha da frente parece distante. A app só pinta a vermelho algumas das zonas mais a leste. Perceberemos que à noite é diferente e que nem todos os dias são assim.

Catarina Martins

O grupo político da esquerda ucraniana reuniu em conferência no início do mês. Aqui publicamos a resolução adotada na qual se sublinha que o liberalismo do governo de Zelensky tornou a economia de guerra do país numa caricatura, exacerbando o luxo dos oligarcas entre a pobreza generalizada.

Antes de sofrer duas pesadas derrotas eleitorais nas regionais da semana passada no leste do país, o chanceler alemão já tinha admitido que a posição do executivo sobre a guerra na Ucrânia o estava a penalizar nas urnas.

Em várias aldeias perto da linha da frente, alvo dos bombardeamentos e sem eletricidade há mais de um ano, os habitantes organizam-se como podem para responderem às necessidades coletivas.

Oleksandr Kitral

Holger Stark, o editor-adjunto do semanário alemão Die Zeit que investigou nos últimos anos a sabotagem dos gasodutos entre a Rússia e a Alemanha, resume nesta entrevista ao Democracy Now! as conclusões da investigação que aponta o dedo ao comando militar da Ucrânia. 

Ilya Budraitskis foi, como os seus camaradas, perseguido pelo regime de Putin. É membro do Movimento Socialista Russo e opositor da guerra na Ucrânia e de Vladimir Putin. Em entrevista exclusiva, falou ao Esquerda sobre a perseguição política e sobre o modelo de ideologia que o governo russo tem vindo a adotar para justificar o imperialismo e a invasão da Ucrânia.

Daniel Moura Borges

“As pessoas dizem-me que sou palestiniano e respondo: sim, sou; as pessoas dizem-me que sou ucraniano e replico: sim, sou. Mas, acima de tudo, sou um ser humano, pelo que olho para toda a gente a partir desta posição universal.” Entrevista com o ativista palestino-ucraniano Adib Shaheen por Valerii Petrov, Daria Selyshcheva.

Daria Saburova escreveu um fascinante estudo de campo (realizado durante três meses) sobre a cidade mineira de Kryvih Rih, centrado no trabalho voluntário de resistência das mulheres da classe trabalhadora da cidade.

Os beneficiários da economia de guerra estão otimistas sobre a economia e apoiam a "operação militar especial". Mas outros segmentos da sociedade russa sofrem economicamente o que os pode levar a tornarem-se mais críticos da guerra. Por Volodymyr Ishchenko, Ilya Matveev e Oleg Zhuravlev.

No mesmo dia em que se conhece mais uma onda de prisões de ativistas e líderes religiosos tártaros na Crimeia e que dois altos comandantes russos têm mandatos de detenção do TPI, o Guardian analisa como o ocupante russo age na região ucraniana de Zaporíjia.

Desde o início da invasão da Ucrânia, as exportações portuguesas para países como o Quirguistão, o Usbequistão, o Cazaquistão e a Arménia dispararam. Um estudo agora divulgado reforça a conclusão de que não se trata de uma atração recente desta região pelos produtos nacionais mas de um contornar das sanções à Rússia.

Mariana Mortágua vincou que o caminho de paz para a Ucrânia terá de respeitar "autodeterminação do seu povo e do seu território". Fazendo referência ao genocídio em curso na Palestina, a líder bloquista, que deixou elogios a António Guterres, enfatizou que também tem de haver respeito pela autodeterminação do Estado Palestiniano.