Ucrânia

Em nome do dogma neoliberal, o governo está a minar a soberania económica e política pela qual os ucranianos comuns estão a dar suas vidas. A reconstrução da Ucrânia não pode ser usada para justificar a transformação da economia em favor de oligarcas e corporações. Por Hanna Perekhoda.

Depois da Polónia, Hungria e Eslováquia, também a Bulgária pondera proibir a entrada de cereais ucranianos no país. Bruxelas promete mais ajudas aos agricultores afetados.

Vladimir Kara-Murza foi condenado por traição e de espalhar "informação falsa" por criticar a guerra. O juiz que o condenou foi alvo de sanções dos EUA na sequência de uma campanha dinamizada por Kara-Murza a favor da Lei Magnitsky.

O autor da fuga de informações classificadas é lusodescendente e foi detido na quinta-feira. Um dos documentos fala da presença na Ucrânia de grupos de operações especiais de cinco países da NATO.

O mito de que a globalização capitalista iria dissuadir as guerras pode finalmente ser posto de lado. O economista David F. Ruccio analisa algumas das perspetivas que mostram as relações entre o sistema económico dominante e o conflito na Ucrânia num artigo lido por Carlos Carujo.

Intervenções de abertura de Pedro Caldeira Rodrigues e Fernando Rosas na sessão pública realizada em Cacilhas a 25 de março de 2022.

A imagem de um povo russo “lobotomizado” que apoiaria em massa a guerra de Putin é amplamente divulgada. Karine Clément socióloga especializada no estudo das classes populares russas nota que esta imagem é parcial, potenciada nas redes sociais por uma classe média intelectualizada sem ouvir verdadeiramente o que estas pensam.

Michael Löwy defende que a invasão da Ucrânia nos colocou perante opções irreconciliáveis: ou comunismo ou putinismo, ou Vladimir Ilitch ou Vladimir Putin, ou direito de autodeterminação das nações ou direito dos impérios de invadir e procurar anexar outros países. Um texto lido por Carlos Carujo.

Os criadores culturais foram protagonistas de protestos de vários tipos contra a invasão da Ucrânia. Alguns saíram do país. Para os que permaneceram coloca-se a questão: o espetáculo deve continuar num país em guerra? Por Marco Biasioli.

O filósofo esloveno fala do mito que sustenta a visão imperial de Putin, das consequências da maneira diferenciada como a Europa trata os refugiados e de como esta tem de erradicar o neocolonismo num artigo lido por Carlos Carujo. 

O geógrafo marxista analisa as humilhações da terapia de choque neoliberal na Rússia e da expansão da Nato defendendo que não justificam a invasão nem ressurreição do militarismo da Nato num artigo lido por Carlos Carujo.

As exigências pelo fim da guerra e o regresso à paz passam pelo combate à crescente militarização, pela condenação da expansão do cordão de bases da NATO ao longo das fronteiras da Federação Russa.

João Vasconcelos

A estratégia de substituir os factos pela propaganda é uma conhecida arma de guerra. Mas não nos enganemos: partir do princípio de que tudo se resume a propaganda e que só nos estão a contar uma história muito mal contada é um exercício de auto-engano que nos isola da realidade.

José Manuel Pureza

A agressão injusta à Ucrânia vai agravar a realidade pré-existente. A dimensão do desastre humanitário a desenrolar-se à nossa frente é incalculável. Não nos podemos esquecer da ajuda humanitária. A saúde dos ucranianos necessita de apoio urgente, não podemos falhar.

Mário André Macedo

A agressão militar desencadeada por Putin foi o passo mais recente de um conflito antigo. Reunimos aqui artigos de análise da situação e a perspetiva da esquerda russa e ucraniana. Dossier organizado por Carlos Carujo.

Na retórica preparatória da invasão da Ucrânia, Putin utilizou um argumento que deve fazer pensar quem, à esquerda, continua a apoiar a escalada belicista.

Alberto Matos

Este é o fim do pós-guerra e o mais pesado início para a reconfiguração da nova ordem mundial que já se vislumbra, mas que ainda não tem vigência. A multipolaridade é um facto e uma nova bipolaridade entre blocos pode ser o reacender dos piores fantasmas.

Miguel Guedes

A Rússia conviveu bem com a situação até pressentir como ameaça uma mudança política em Kiev e a aproximação vertiginosa da NATO.

Joana Mortágua

A crise na Ucrânia coloca o mundo à beira de um desastre, suspenso entre a renovada beligerância russa e a continuada arrogância norte-americana defende Gilbert Achcar neste artigo lido por Carlos Carujo.

EUA e Rússia pintam como sendo dos/as ucranianos/as aquilo que não é senão a sua própria vontade. O estatuto de neutralidade correspondia ao equilíbrio de vontades entre as diferentes sensibilidades das gentes da Ucrânia. Esse pode ser um apoio essencial de uma solução política inclusiva.

José Manuel Pureza