Este sábado, numa conferência que contou com a presença de várias forças da extrema-direita europeia, como a alemã Alternativa para a Alemanha ou o Fórum para a Democracia dos Países Baixos, o partido A Nossa Pátria reclamou a anexação da Transcarpátia pela Hungria caso a Rússia vença a guerra com a Ucrânia.
O dirigente desta força partidária, que tem apenas seis deputados em 199 no parlamento, Laszlo Toroczkai, declarou: “sobre a guerra na Ucrânia, a nossa mensagem é muito simples: cessar-fogo imediato, paz e uma resolução através de conversações. Se a guerra acabar com a Ucrânia a perder o seu estatuto de Estado, porque isso também está em cima da mesa, então como único partido húngaro que tomou esta posição, deixem-me sinalizar que reivindicamos a Transcarpátia”.
Neste Oblast do oeste da Ucrânia, vizinho da Eslováquia, Hungria e Roménia vivem perto de 150.000 húngaros étnicos. Oficialmente, a Hungria declara reconhecer a soberania e integridade territorial da Ucrânia mas o governo do primeiro-ministro Viktor Orban, também ele de extrema-direita, tem criticado o governo de Kiev sobre o que diz serem limitações aos direitos dos húngaros de usarem a sua língua nativa na Ucrânia. De acordo com a lei da língua aprovada em 2017, 70% da educação pós 5º ano tem de ser feito em ucraniano. As relações entre os dois países também são tensas dada a proximidade de Orban com o regime de Putin e o facto por exemplo da Hungria ter bloqueado um pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 50 mil milhões de euros em dezembro que todos os outros países da União Europeia apoiaram.