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Professores em protesto nas cerimónias do 5 de Outubro

Em dia de manifestação em Lisboa, dezenas de professores protestaram nas comemorações do 5 de Outubro contra o decreto-lei que apaga a maior parte do seu tempo de serviço congelado.
Protesto dos professores nas cerimónias do 5 de Outubro. Foto Fenprof/Facebook

Empunhando faixas com a inscrição "A República respeita os professores, o Governo não”, dezenas de professores estiveram na manhã de sexta-feira na Praça do Município, em Lisboa, junto ao palco das comemorações do aniversário da implantação da República.

Após as cerimónias que contaram com as intervenções dos presidentes da Câmara de Lisboa e da República, os professores entoaram a palavra de ordem "O tempo é para contar, não é para apagar”. À saída, Marcelo Rebelo de Sousa deslocou-se junto à concentração e ouviu o líder da Fenprof recordar-lhe do pedido de audiência com que pretende convencer o Presidente a não promulgar o que diz ser “um decreto ilegal”.

“Esperamos que o senhor PR no âmbito das suas competências não promulgue um decreto-lei que é ilegal”, afirmou Mário Nogueira aos jornalistas. Para além de não cumprir com o Orçamento do Estado para 2018, “há também um problema de justiça”, acrescentou o sindicalista. “Se os funcionários públicos que cumpriram o seu tempo de congelamento viram o seu tempo contado, os professores não são funcionários de segunda”, prosseguiu Nogueira.

“O governo tentou mostrar que isto é um assunto acabado, uma pedra por cima do problema. Mas engana-se, porque os professores já conseguiram muitas vezes remover pedras muito fortes de coma de si e às vezes arrastaram aqueles que as lá tinham colocado”, recordou Mário Nogueira, concluindo que a Assembleia da República ainda terá uma palavra a dizer caso Marcelo promulgue o decreto-lei que recupera apenas uma pequena parte do tempo de serviço congelado aos professores pelos últimos governos.

O líder parlamentar do Bloco também se dirigiu aos professores presentes para reafirmar que “os professores têm a solidariedade do Bloco de Esquerda”. Acompanhado pelo vereador bloquista Manuel Grilo, Pedro Filipe Soares lembrou que “neste momento a bola está do lado do Presidente da República, que tem de decidir se acompanha ou não este falhanço do governo que desvirtua o que foi decidido pela Assembleia da República”. Caso Marcelo promulgue o decreto-lei, o Bloco já se comprometeu a trazê-lo à apreciação parlamentar.

 

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