O número de trabalhadores a recibos verdes está no seu valor mais alto dos últimos seis anos, abrangendo agora cerca de 139 mil pessoas. Por outro lado, o número de desempregados cresceu 3% no último trimestre de 2024, a maior subida em dois anos, fazendo a taxa de desemprego chegar aos 6,7% da população ativa.
Estes são dados do Instituto Nacional de Estatística que foram conhecidos esta quarta-feira e que o Diário de Notícias compilou chegando à conclusão de que “a criação de empregos por conta de outrem a tempo completo está praticamente estagnada (aumento homólogo de 0,2%)”.
O jornal sublinha assim que as “formas contratuais mais precárias voltaram a ganhar força na reta final do ano”. O emprego a tempo parcial aumentou 1% comparado com último trimestre do ano anterior, totalizando perto de 295 mil trabalhadores e o número de recibos verdes aumentou mais de 4% no mesmo período.
Por outro lado, os contratos a termo desceram quase 9% neste período, totalizando 552 mil trabalhadores.
Sobre o desemprego, salienta-se que este “deu um salto na reta final do ano” e que atinge agora mais jovens e os licenciados. O número de pessoas com ensino superior que estavam desempregadas aumentou perto de 9% no espaço de um ano, alcançando cerca de 98 mil pessoas. O número mais elevado desde a pandemia. Metade destas pessoas são jovens até aos 34 anos.
Os números do INE também mostram que há mais 24% de jovens desempregados com idades compreendidas entre os 25 a 34 anos. Igualmente o pior registo desde o período da pandemia.
Estes permitem ainda perceber discrepâncias regionais: na Grande Lisboa o desemprego o ano passado aumentou de 5,6% no terceiro trimestre para 7,4% no quarto; no norte a subida foi de 0,7 pontos para 6,9%; no centro apenas 0,1 para 5,8%; no Algarve a subida foi de 4,5% para 5,6%.
O desemprego de longa duração também está a crescer. Há 138,1 mil pessoas desempregadas há mais de um ano no país. No quatro trimestre do ano passado eram 37,5% do total dos desempregados. A maioria, 71 mil, mulheres. Regista-se um crescimento de 1,8 pontos percentuais relativamente ao ano anterior.
O desemprego de longa duração também cresce nos jovens com menos de 25 anos, tendo subido de 14 mil em 2023 para 17 mil no trimestre final do ano passado.
No mesmo sentido tem ido o desemprego de muito longa duração, ou seja,o número de pessoas desempregadas há mais de dois anos. No último trimestre de 2023 eram 77 mil, no trimestre homólogo de 2024 eram 83 mil.