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“Portugal investe em investigação muito menos que a média europeia”

Em visita ao Politécnico de Leiria, Catarina Martins defende que é preciso mudar radicalmente as condições em que se faz investigação em Portugal, começando por acabar com a precariedade dos investigadores.
“Quando nos dizem que o país é inviável ou que deve ser submisso, nós dizemos que não, que há tão bons exemplos do que há que fazer e que nos indicam a estratégia para o futuro.” Foto de Paulete Matos
“Quando nos dizem que o país é inviável ou que deve ser submisso, nós dizemos que não, que há tão bons exemplos do que há que fazer e que nos indicam a estratégia para o futuro.” Foto de Paulete Matos

A candidata do Bloco de Esquerda visitou o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, uma unidade do Instituto Politécnico de Leiria, que conta com uma equipa de cerca de 70 investigadores que já realizaram mais de 60 projetos como produtos como as algas para criar novos alimentos: pão, gelado e até gin extraído destas ervas marinhas.

“Nós acompanhámos ao longo deste tempo as reivindicações dos institutos politécnicos para terem condições de fazer também investigação”, explicou Catarina Martins, sublinhando que é preciso mostrar nesta campanha o melhor que o país tem. “Quando nos dizem que o país é inviável ou que deve ser submisso, nós dizemos que não, que há tão bons exemplos do que há que fazer e que nos indicam a estratégia para o futuro.”

Para a porta-voz do Bloco de Esquerda, há duas realidades evidentes. “A primeira é que não há desenvolvimento económico sem uma ligação à investigação”, disse, advertindo que há uma queda muito acentuada no financiamento à investigação. “O nosso país investe em investigação muito menos que a média europeia, e o problema agravou-se quando o governo decidiu cortar no investimento público da Ciência”.

As pessoas passam décadas como bolseiras”

São bolsas atrás de bolsas, as pessoas passam décadas como bolseiras sem nunca terem acesso a um contrato de trabalho

Por outro lado, há outra realidade que Catarina Martins defende ser preciso mudar radicalmente em Portugal: as condições em que se faz investigação, apontando para a precariedade dos investigadores. “São bolsas atrás de bolsas, as pessoas passam décadas como bolseiras sem nunca terem acesso a um contrato de trabalho, a uma carreira contributiva e uma perspetiva de futuro”. Mesmo nestas condições, temos investigadores tão bons, que fazem projetos de qualidade reconhecidos internacionalmente e não sabem se podem ficar no nosso país e aqui construir vida, porque tudo o que lhes é oferecido é a precariedade. “É necessário que na investigação, como em todas as áreas, haja contratos de trabalho, salário, uma carreira contributiva para não perdermos o melhor que temos”, concluiu Catarina Martins.

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