“A empresa está a tentar entrar em terrenos, em que não tem autorização, à força e nós vimo-nos obrigados a vir para aqui defender os nossos terrenos”, afirmou a presidente da Comunidade Local dos Baldios de Covas do Barroso, em declarações aos jornalistas.
Aida Fernandes explicou ainda que “a área em questão está em litígio, com queixa registada em tribunal”, pelo que “até haver uma decisão eles não têm autorização de entrar na área em litígio”.
Segundo a representante da Comunidade Local dos Baldios de Covas do Barroso, os trabalhos no terreno, levados a cabo por empresas subcontratadas, visam a desmatação de pinhais para a prospeção de lítio.
“Temos que estar cá todos os dias, porque as ordens que têm, se nós não estivermos cá, é para avançar e, por isso, temos que estar cá a defender que é nosso”, vincou.
A Comunidade de Baldios de Covas do Barroso avançou com um processo contra a empresa e particulares, pedindo a restituição de terrenos alegadamente “usurpados” pela empresa. O coletivo solicitou ainda ao Ministério Público que “investigue a usurpação de terrenos baldios e privados através do uso abusivo do BUPI (a nova plataforma digital que permite o mapeamento de terrenos) e de registos fraudulentos que favorecem a mineradora e o projeto em causa”.
A mina do Barroso é visada na Operação Influencer, ao abrigo da qual estão em investigação os negócios relacionados com as concessões de exploração de lítio de Boticas e de Montalegre, ambos em Vila Real; um projeto de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e o projeto de construção de um ‘data center’ na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.