Pizarro e Araújo "não se podem demitir de resolver os problemas do SNS

25 de outubro 2023 - 22:02

Pedro Filipe Soares diz que é "inaceitável" que os responsáveis máximos políticos e executivos pelos cuidados de saúde em Portugal venham anunciar "um mês de novembro dantesco nos hospitais públicos".

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Fernando Araújo e Manuel Pizarro
Fernando Araújo e Manuel Pizarro. Foto de José Coelho/Lusa

Em declarações aos jornalistas, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda pronunciou-se esta quarta-feira sobre a situação no SNS. Questionado sobre o apelo do líder do PSD a que haja um acordo nacional em defesa dos cuidados de saúde, Pedro Filipe Soares respondeu que "sabemos o veneno da proposta e como ela já não serve atualmente à realidade do país".

"O que Montenegro propõe de cumplicidade entre privados e públicos é exatamente o que está a ser levado a cabo pelo atual Governo, atacando a espinha dorsal dos cuidados de saúde do nosso país, que é o SNS", afirmou o líder parlamentar do Bloco, acusando o atual executivo de ser o que mais "tem promovido o pagamento do SNS a privados" e o que "tem atacado como não se via há muito tempo os profissionais do SNS".

Por isso, "esse abraço que Luís Montenegro lhe quer dar só mostra como a política do PS está a agradar à direita, e mostra também como ela está desfasada das necessidades do país".

Referindo-se à entrevista do diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, que disse prever o mês de novembro mais difícil dos 44 anos de história do SNS para as urgências hospitalares, caso o Governo não alcance um acordo com os médicos que se recusam a fazer mais horas extraordinárias além das 150 horas anuais a que são obrigados, Pedro Filipe Soares afirmou que "não aceitamos nem a demissão do ministro da Saúde nem a do CEO do SNS na resolução dos problemas".

"Esta ideia que devemos esperar um mês de novembro dantesco nos hospitais públicos é inaceitável por quem diz que defende o SNS e por quem tem a obrigação de responder perante os cuidados de saúde do nosso país. É uma demissão que por nós não pode ocorrer. Ambos não se podem demitir das suas responsabilidades em sanar as guerras em curso, que decorrem da ação do Governo", concluiu.