A petição tem o título “Coragem para fazer um compromisso” e os/as subscritores e subscritoras defendem que o entendimento a que apelam seja um “compromisso programático” assinado pelos partidos, mas também por organizações da sociedade civil. Defendem também que o entendimento tenha lugar após as eleições e não esteja condicionado ao resultado obtido por cada partido. Propõem como critérios para a sua construção “o reconhecimento da sua relevância política, a boa-fé das partes envolvidas e o compromisso programático subscrito por elas.”
No documento é defendido que o “método para alcançar o sucesso negocial” dependerá da “vontade de superar, corrigir e resolver o impasse e as causas que levaram à não aprovação do orçamento para 2022”, sugerindo a “inexistência de um acordo” e a falta de “mecanismos de verificação da sua execução”, “focado em ganhos na reforma do Estado em direção à regionalização, na construção dos grandes sistemas sociais por forma a contrariar a sua captura pelos interesses privados e um programa de desenvolvimento económico coeso, baseado no conhecimento e ecologicamente sustentado”.
No texto é realçado ainda a importância de retribuir a “confiança” a quem votou nos partidos apontados, considerando que “só a convergência do centro-esquerda e das esquerdas está em condições de satisfazer essa confiança, proporcionando melhores condições de vida a todos e promovendo o desenvolvimento do País”.
A petição é subscrita por:
Ana Prata (jurista), André Freire (politólogo), António Avelãs (professor), António Faria-Vaz (médico), António Serzedelo (dirigente da OpusGay), Boaventura Sousa Santos (professor catedrático jubilado), Carlos Brito (político e escritor), Carlos Luís Figueira (empresário), Carlos Matos Gomes (militar de Abril), Carlos Mendes (compositor/intérprete), Cipriano Justo (médico), Daniel Sampaio (médico), Domingos Lopes (advogado), Elísio Estanque (sociólogo), Jaime Mendes (médico), João Bau (engenheiro), João Cunha Serra (dirigente sindical), João Lavinha (investigador), José Aranda da Silva (ex-presidente do INFARMED), José Manuel Boavida (médico), José Manuel Mendes (escritor), J.-M. Nobre Correia (professor universitário), Maria do Rosário Gama (professora), Mário de Carvalho (escritor), Nelson Bertini (desenhador), Paulo Fidalgo (médico), Pedro Bacelar de Vasconcelos (jurista), Rui Feijó (investigador), Vítor Louro (engenheiro)