No relatório anual do secretário-geral da ONU existe uma lista negra das organizações e países que violam os direitos das crianças em zonas de conflitos armados. Este ano, Israel vai passar a constar nela pela primeira vez.
Organizações como o auto-proclamado “Estado Islâmico” e o Boko Haram e países como a Rússia, o Afeganistão, o Iraque, Mianmar, a Somália, o Iémen e a Síria têm estado presentes nestas listas mas, apesar de ter havido referências em relatório anteriores à ocupação da Palestina, é a primeira vez que o Estado sionista é colocado na lista.
Desta inclusão não resulta nenhuma consequência prática e oficial mas aumentará certamente a pressão sobre a venda de armas ao país, por exemplo.
O primeiro-ministro de extrema-direita de Israel, Netanyahu, reagiu ao seu estilo, atacando a ONU. Para ele, esta “colocou-se hoje na lista negra da história, quando se juntou àqueles que apoiam os assassinos do Hamas”. Acrescentou ainda que as forças armadas de Israel, que estão acusadas de genocídio, “são o exército mais moral do mundo, e nenhuma decisão absurda da ONU pode mudar isso”.
Guterres comunicou a decisão diretamente ao embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, antes desta se ter tornado pública e este tratou de a classificar como “vergonhosa”, usando depois as mesmas palavras que o primeiro-ministro viria a utilizar e considerando ser “um prémio para o Hamas” e uma “ajuda aos terroristas”.
Oficialmente, a lista só será apresentada no Conselho de Segurança a 14 de junho.