Os partidos políticos com representação parlamentar reúnem esta quarta-feira com o Presidente da República no seguimento do chumbo da moção de confiança do governo. Em declarações aos órgãos de comunicação social, a coordenadora do Bloco de Esquerda voltou a frisar que vamos a eleições porque “o primeiro-ministro não pode receber avenças através de uma empresa”.
Mariana Mortágua diz que a oposição confrontou várias vezes Luís Montenegro e pediu esclarecimentos, mas o primeiro-ministro não respondeu e preferiu fazer uma “fuga para a frente” com a moção de confiança e as eleições. A dirigente bloquista sublinha também quanto à informação da avença da Solverde, essa informação “não foi desmentida pelo primeiro-ministro”.
“O primeiro-ministro não tinha condições para o ser e o próprio sabia isso, e por isso apresentou uma moção de confiança, sabendo que ela ia ser chumbada no parlamento”, disse a coordenadora do Bloco de Esquerda. “Foi uma corrida de sobrevivência” que nos leva a eleições porque “o primeiro-ministro não estava à altura do seu cargo”.
Sobre a campanha eleitoral, Mariana Mortágua diz que prefere utilizar o tempo para “discutir coisas mais importantes”, como “a habitação, as questões do trabalho ou as questões da saúde”, salientando que esse será o foco da ação do Bloco. Em relação ao debate da moção de confiança, que foi marcada pela chantagem do Partido Social Democrata ao Partido Socialista, a dirigente bloquista considerou que foi um “mau serviço” prestado à democracia.
Todas essas preocupações terão sido transmitidas ao Presidente da República pelos dirigentes do partido. Em relação à data das eleições, o Bloco de Esquerda considera que o mais razoável é que aconteçam a 18 de maio. Segundo Mariana Mortágua, a preocupação política “é que as eleições aconteçam o mais rápido possível”, mas há uma “preocupação administrativa”, especialmente nos pequenos partidos ligada ao “tempo para cumprir as obrigações legais para preparar este processo”.