Através de um comunicado conjunto divulgado esta quinta-feira, Auchan e Dia informaram de um negócio em que o grupo económico francês vai desembolsar 155 milhões de euros para comprar a totalidade da operação do grupo espanhol em Portugal.
Para as mãos do grupo fundado por Gérard Mulliez passarão assim, depois da análise da Autoridade da Concorrência, as 489 lojas Minipreço e Mais Perto espalhadas pelo país, umas exploradas diretamente as outras em regime de franchise, e os três armazéns. Os 2.650 trabalhadores mudam também obviamente de patrão.
A venda marca o fim de 30 anos de presença do grupo espanhol em Portugal que alega ir-se centrar “nos países onde tem uma posição de relevância que lhe permita estabelecer a sua proposta de valor com a ambição de ser a Loja de bairro e online favorita dos clientes” e um crescimento do Auchan que, passados 50 anos no país, soma agora estas lojas às 70 que já tinha e que empregam 9.000 trabalhadores.
O diretor geral da Auchan Retail, Yves Claude, reivindica passar agora a ter “o maior número de postos de venda” em Portugal. No ranking global do setor da distribuição, contudo, esclarece o Expresso, o negócio significa apenas que a Auchan ocupará o quarto lugar (com 9% do mercado, somando os 4% do Minipreço as 9% do Auchan), a seguir a Modelo Continente (com 28%), Pingo Doce (22,2%) e Lidl (13,5%). Este avanço está em concorrência com o crescimento de outro grupo espanhol que entrou mais recentemente em Portugal, o Mercadona, que já tem 5,4% do mercado e que tem planos para uma expansão mais forte.