Um volume de negócios de 596 milhões de euros e um crescimento de 0,5% de vendas líquidas parecem não ser argumentos suficientes para a multinacional espanhola Dia continuar a sua operação em Portugal, onde explora os supermercados Minipreço.
O número fica bastante longe dos 4.436 milhões faturados em Espanha, dos 1.364 milhões na Argentina ou até dos 889,5 milhões no Brasil. E a percentagem do crescimento registado em Portugal também contrasta com os 5,4% de Espanha, os 10,9% do Brasil e os 30,8% na Argentina.
Assim, o jornal espanhol El Economista escreve, esta terça-feira, que o grupo Dia contratou o banco de investimento Societé Générale para buscar um comprador para o Minipreço.
Recorde-se que o grupo Dia é detido atualmente pelo fundo de investimento LetterOne. Este foi fundado em 2013 por dois oligarcas russos, Mikhail Fridman e Petr Aven, com fundo provenientes da venda daquela que era a terceira maior petrolífera do seu país, a TNK-BP. Em março de 2022, estes protagonistas ter-se-ão afastado depois das sanções impostas pela União Europeia.
O Grupo Dia, esclarece aquele jornal, não confirma oficialmente a vontade de vender limitando-se a dizer que “avalia continuamente diversas oportunidades de investimento e desinvestimento, sem que a nesta data se tenha tomado nenhuma decisão a este respeito”. Dentro desta estratégia de desinvestimento insere-se no passado recente a venda por 60 milhões de euros da filial que explorava a rede de produtos de beleza Clarel, que conta com 1.015 lojas, ao fundo de investimento C2 Private Capital e, antes dela, a venda à Auchan, que explora em Espanha a Alcampo, a segunda maior cadeia de hipermercados do país, de 235 grandes supermercados por 267 milhões de euros.
A venda das operações em Portugal, por sua vez, afetaria 494 supermercados por todo o país, 292 dos quais explorados em regime de franquia e quatro centro de distribuição, num total de perto de três mil trabalhadores.