Genocídio

Navio com bandeira portuguesa está a transportar armas para Israel

20 de novembro 2025 - 10:43

O navio Holger G. está ao largo de Moçambique e transporta 440 toneladas de munições para os fabricantes de armas em Israel. Bloco já exigiu a Paulo Rangel a retirada do pavilhão português.

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Paulo Rangel e o navio Holger G
Paulo Rangel e o navio Holger G

Um ano depois de a pressão do Bloco de Esquerda e do movimento de solidariedade com a Palestina ter obrigado o Governo a fazer diligências que levaram o navio Kathrin a pedir a retirada do pavilhão português, há um novo navio com bandeira portuguesa a transportar armas para Israel.

Trata-se do Holger G., propriedade da empresa alemã Reederei Gerdes e registado no Registo Internacional de Navios da Madeira. Segundo as denúncias recebidas pelo Bloco,  este navio "leva a bordo 440 toneladas de projéteis de 155 milímetros para as empresas israelitas de material militar Elbit Systems e IMI - Israel Military Industries".

Em pergunta dirigida ao ministro Paulo Rangel, a deputada Mariana Mortágua defendeu que a confirmar-se o transporte de armas pelo Holger G., “o Governo português deve retirar o pavilhão português deste e de outros navios que estejam a servir para o transporte de armas para Israel”.

O Bloco quer saber que informações tem o Governo acerca desta embarcação e se vai retirar a bandeira do navio ou "insistir em fazer de Portugal cúmplice de genocídio".

Em comunicado, o Comité de Solidariedade com a Palestina diz que o navio se encontra neste momento ao largo de Moçambique. A chegada ao porto de Haifa está prevista para o último dia do ano, com paragem a 22 de dezembro em Port Said, no Egito. O Comité acusa o governo português de ignorar as denúncias que várias organizações fizeram nas últimas semanas e afirma que essa desconsideração “ só expõe ainda mais notoriamente o seu grau de cumplicidade para com o genocídio ainda em curso”.

“Exigimos, em consequência, ao governo português que detenha o navio Holger G. e confisque a carga militar ilegal destinada a Israel, cumprindo assim as suas obrigações à luz do direito internacional”, conclui o comunicado do Comité de Solidariedade com a Palestina.