Em Belém do Pará, Catarina Martins integra a delegação do Parlamento Europeu que acompanha os trabalhos da COP30. Em declarações ao canal Now, Catarina fez um balanço da cimeira do clima até esta quarta-feira e sublinhou que é visível o perigo ”de recuar em relação ao que foi acordado” quer no acordo da biodiversidade de 2022, quer na COP de há dois anos no Dubai, onde se avançou num calendário para acabar com o recurso ao combustível fóssil.
Nesta cimeira no Brasil “há quem esteja a recuar e a própria União Europeia tem hoje uma posição mais frágil”, afirmou Catarina.
Para a candidata presidencial, “um bom acordo seria uma meta clara para o fim do recurso aos combustíveis fósseis e um compromisso de financiamento da transição que viesse ter com as populações e que deixasse de financiar os poluidores”.
“As pessoas não têm noção, mas estamos a financiar os combustíveis fósseis, o que é um absurdo”, sublinhou.
Questionada sobre a intervenção do Presidente brasileiro Lula da Silva nestas negociações, Catarina respondeu que ela passa pela pressão para que seja criado um mecanismo novo para as florestas tropicais, o que tem levantado “algumas dúvidas entre os ambientalistas por ver a floresta um pouco como um ativo financeiro”. O lado positivo é o de introduzir a ideia de “20% de financiamento direto aos povos que vivem na floresta”.
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“A floresta que existe - e que é o pulmão do mundo -, existe porque vive lá gente e a protege. Temos de financiar não os grandes interesses económicos que poluem muito para poluírem um bocadinho menos, mas financiar as populações que mantêm modos de vida e protegem o planeta”, defendeu Catarina.
E esse apoio a quem cuida da floresta também deve ser aplicado em Portugal, onde “precisávamos de estar a financiar a pequena agricultura e a pequena produção florestal no centro e norte do país que precisa de apoio para parar de arder”, concluiu.