Catarina Martins está na Cimeira do Clima e diz que um bom acordo passa por estabelecer uma meta concreta para o fim do recurso aos combustíveis fósseis.
A questão é muito simples: as emissões não estão a diminuir porque as promessas dos governos em matéria de redução de emissões acabam por não ser cumpridas.
Maior acesso do lóbi dos combustíveis fósseis às negociações entre países coincidiu com a expansão desta indústria e o aumento das catástrofes provocadas por fenómenos meteorológicos extremos.
Priorizar a adaptação em detrimento da prevenção é uma forma indireta de se resignar à inevitabilidade das alterações climáticas. Este é um discurso que ouvimos cada vez mais de governos em diferentes países do mundo.
Na negociação dos ministros do Ambiente que concluiu um acordo na madrugada de ontem, Portugal esteve do lado dos que defenderam um aumento dos chamados “créditos de carbono”.
António Guterres alerta para as “consequências devastadoras” deste facto e apela: “mudemos de rumo já” para evitar passar os pontos de não-retorno na Amazónia, Gronelândia e Antártida Ocidental.