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“Não podemos atrasar investimentos fundamentais na Saúde Pública e no SNS”

A coordenadora bloquista considera que o facto de a Autoridade de Saúde Pública não estar a ser capaz de fazer inquéritos epidemiológicos é um “enorme problema”.
“Se é muito importante mais testes, é essencial que haja mais gente na saúde pública para fazer estes inquéritos”, afirmou Catarina Martins no final de uma reunião com Henrique Barros, especialista em saúde pública e epidemiologista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.
A dirigente do Bloco defende que é preciso um “investimento muito forte nesta área”.
“É com algum desalento que vemos a situação atual. Há quase sete meses, quando aqui estive, a reivindicação clara era para que se pudessem generalizar os rastreios”, lembrou Catarina Martins.
Em setembro, aquando da abertura dos centros de saúde, o Bloco voltou a reivindicar que é preciso generalizar os testes. O partido viu ainda aprovada no Parlamento uma proposta nesse sentido, nomeadamente no que respeita às escolas. “Nunca foi feito”, lamentou a coordenadora bloquista.
Catarina Martins recordou também que o Governo não executou a totalidade do Orçamento de 2020, designadamente no que concerne às despesas correntes, nas quais se inclui a realização de rastreios.
Assumindo que esta situação seria sempre muito complicada, e que não há receitas milagrosas, a dirigente do Bloco de Esquerda avançou que “é possível fazer melhor”. E, para tal, não podemos atrasar “os investimentos fundamentais na Saúde Pública e no SNS” para podermos controlar a evolução da pandemia e nos podermos proteger.
Catarina Martins fez ainda referência à vacinação, que tem tido um “ritmo mais lento do que inicialmente foi anunciado”. Sobre essa questão, apontou os “problemas a nível europeu”, com as farmacêuticas “a fazerem muita chantagem sobre os Estados”.
“A esse nível, Portugal também precisa de ter outra posição”, frisou Catarina Martins, lembrando que temos a presidência da União Europeia (UE). “E era o momento da UE utilizar os mecanismos que tem, legislativos, nomeadamente utilizando a licença compulsória, para ultrapassar as patentes e generalizar a produção da vacina”, acrescentou.
Realçando que as medidas de confinamento são necessárias, a coordenadora bloquista lembrou que o Bloco “tem defendido a criação de uma entidade independente técnica que possa de alguma forma juntar todos os dados e ajudar na comunicação de risco à população”. “Se as pessoas não percebem o risco que correm e como o correm, é muito difícil travar a pandemia”, alertou.
Catarina Martins assinalou ainda que “é preciso conhecer a realidade de cada região e poder reforçar os vários níveis de cuidados”.
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