Lutas

Na próxima segunda-feira marcha-se pelo fim da violência contra as mulheres

21 de novembro 2024 - 22:30

Marcha assinala o dia internacional para a eliminação da violência contra as mulheres. Manifesto convoca "para exigir a igualdade e a liberdade".

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Manifestação 25 de novembro de 2022
Fotografia de Ana Mendes

A manifestação pelo fim da violência contra as mulheres repete-se mais uma vez em Lisboa a 25 de novembro, data que assinala o dia internacional para a eliminação da violência contra as mulheres. A marcha está marcada para as 18h no Largo do Intendente.

No manifesto de convocação da ação, os coletivos organizadores lembram que a marcha acontece desde 2011, mas que os últimos anos têm testemunhado a acentuação de múltiplas crises, “desde a saúde, habitação, à educação, até à justiça, passando pelo aumento do custo de vida, pelas guerras e pela emergência climática” e que nessas crises “as mulheres não são só as mais afetadas, mas também estão entre as principais protagonistas da luta pela justiça social e pela paz”.

Face a essas crises, os organizadores das manifestação reivindicam o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e à interrupção voluntária da gravidez, denunciando a violência obstétrica e a falta de apoio no pós-parto.

O documento assinala também o aumento do discurso de ódio contra as mulheres e os ataques a ativistas que se têm tornado mais frequentes. O Relatório Anual de Segurança Interna mais recente dá conta de 30.461 queixas de violência doméstica, sendo que os coletivos organizadores denotam que “a marca de género desta violência é evidente” uma vez que as mulheres e raparigas representam 69,3% das vítimas desse crime.

“Em Portugal, todos os dias, mais de uma mulher é violada. Estes são apenas os casos denunciados, sabemos que a realidade é muito mais tenebrosa”, lê-se no manifesto. “Por todas e com todas, ocupamos a rua para exigir a igualdade e liberdade!”

O manifesto menciona ainda a violência contra mulheres trans, contra mulheres e raparigas com deficiência e com o povo palestiniano, que sofre um “massacre sem precedentes” e onde mulheres e crianças são vítimas e alvos do Estado israelita.

Entre as organizações que convocam a marcha pelo fim da violência contra as mulheres estão o SOS Racismo, o Centro de Vida Independente, as Feministas em Movimento, as Feministas.pt, o Clube Safo, a UMAR, o Por Todas Nós, o GAT e o Coletivo Feminista de Sintra.

Este dia será também assinalado em Viseu com uma vigília a partir das 18h na Rua Formosa, junto ao Mercado 2 de Maio. A Plataforma Já Marchavas assinala a data com uma “colcha de retalhos”, inspirada na Colcha de Retalhos da HIV (AIDS Memorial Quilt), iniciada nos anos 1980 pelo movimento LGBTQIA+ dos EUA. Cada tecido será dedicado a uma vítima, cosidos entre si, formando assim um memorial de homenagem a todas as mulheres assassinadas por violência em 2024.