No próximo sábado, dia 22, entre as 9h e as 14h, o Movimento Enfermeiros Unidos organiza um debate, na Sala do Capítulo do Museu de Leiria, sobre o futuro da enfermagem e da saúde em Portugal. A iniciativa conta com a participação de Ana Valente, vereadora do Desenvolvimento Social e Saúde da Câmara Municipal de Leiria, Teresa Fraga, coordenadora do Kastelo – Cuidados Paliativos e Pediátricos, e Mário Macedo.
Em declarações ao HealthNews, Mário André Macedo, coordenador da Unidade de Epidemiologia e Saúde Pública do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, explicou que o Movimento Enfermeiros Unidos “nasceu há uns meses fruto de uma necessidade de melhorar e alargar o âmbito do nosso debate interno na profissão”.
“Nós achamos que o debate estava demasiado reduzido e era feito em circuito fechado. Fruto dessa necessidade, começámos de uma forma informal a alargar os nossos contactos, a realizar eventos tanto online como presenciais. (…)”, continuou.
De acordo com o enfermeiro especialista em saúde infantil e mestre em saúde pública, estas iniciativas permitiram “estabelecer um diagnóstico daquilo que a enfermagem precisa e daquilo que a saúde precisa”. “A enfermagem não se pode separar da saúde como o todo”, frisou.
“Somos o maior grupo profissional da saúde, (…) é inconcebível como é que os enfermeiros estão afastados daquilo que é a decisão e a avaliação de políticas públicas de saúde”, acrescentou Mário André Macedo.
O profissional de saúde enfatizou que “o diagnóstico foi feito com todos os enfermeiros do país” e que se iniciou um debate sobre “aquilo que seriam as soluções”. Conforme sublinhou Mário Macedo, uma das grandes conclusões a que chegaram é que é preciso “lutar por uma saúde que tenha como base um paradigma não corporativo” e que se foque no interesse do cidadão.
“Reparámos que havia uma lacuna em termos de influência junto dos nossos decisores políticos, então nós assumimos essa responsabilidade e temos ido à Assembleia da República reunir com os vários grupos parlamentares sobre a temática dos estatutos”, apontou.
O enfermeiro considera que “as ordens têm o dever de ser transparentes, mas também têm de ser independentes”. “E foi isso mesmo que fomos dizer aos vários grupos parlamentares”, frisou.