O projeto de construção da maior mina de lítio na Europa, que a multinacional Rio Tinto pretendia implementar na zona ocidental da Sérvia foi, para já, suspenso pelas autoridades locais de Loznica.
Há largos meses que a mina era contestada pelos movimentos ambientalistas e pelas populações locais. Até um estudo de impacto ambiental encomendado pela empresa à Faculdade de Biologia da Universidade de Belgrado tinha concluído que esta não devia ser construída por causa do “estrago irreparável na biosfera” que iria causar.
Nas últimas semanas os protestos estavam a intensificar-se. Durante três fins de semana consecutivos, milhares de manifestantes bloquearam pontes e estradas contra o projeto milionário. Defendiam que a mina iria poluir terras e recursos hídricos indispensáveis.
O presidente sérvio, Aleksandar Vučić, estava na mira dos protestos numa altura em que se acercam eleições nacionais, marcadas para 3 de abril. Depois da suspensão do projeto declarou que a partir de agora “teremos de falar de uma forma diferente com a Rio Tinto e outros”. Já na semana passada o parlamento sérvio tinha aprovado a suspensão de duas leis que os ecologistas diziam ser feitas à medida da multinacional e que facilitavam as expropriações e dificultavam o lançamento de referendos por grupos de cidadãos, nomeadamente introduzindo a obrigatoriedade de pagamento de taxas para o fazer.
A mina de lítio não foi o único motivo destes protestos ambientalistas contra Vučić. Este é acusado igualmente de não responder aos crescentes problemas de poluição no país e é defensor da expansão da exploração do carvão.