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Mariana Mortágua mostra ligações do dono da Global Media a oligarca russo

Na SIC-Notícias, a deputada critica o governo por não se conhecerem as diligências que estão a ser feitas para identificar e investigar os interesses dos oligarcas russos em Portugal. Lembrou também que o governo de Passos Coelho “ia à Rússia vender vistos gold”.
Marco Galinha. Foto do Grupo Bel.
Marco Galinha. Foto do Grupo Bel.

Na SIC-Notícias, na noite desta segunda-feira, Mariana Mortágua expôs as ligações de um dos maiores empresários portugueses à oligarquia russa. Trata-se de Marco Galinha, o dono do Grupo Bel, que por exemplo detém a empresa de sondagens e estudos de mercado Aximage, da Global Media, que detém o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias, a TSF, o Dinheiro Vivo, entre outros meios de comunicação social, e que tem 22% da agência noticiosa nacional, a Lusa, e metade da empresa de distribuição de publicações VASP.

O empresário natural de Rio Maior será sócio em vários negócios de um oligarca russo próximo de Putin. Mark Leivikov é proprietário de empresas em Portugal, segundo Mariana Mortágua, “enriqueceu com empresas industriais e de energia na Rússia que entretanto foi desfazendo para construir um império offshore”, “é amigo” de Viktor Khristenko, vice-primeiro-ministro do governo russo entre maio de 1999 e janeiro de 2000 e depois ministro da Indústria de 2004 a 2012, sócio de Sergei Veinstein numa empresa offshore que surge nos Pandora Papers.

Face a isto, diz a dirigente bloquista, o governo “tem uma responsabilidade de identificação e investigação destas pessoas”.

A deputada reiterou ainda que “a sanção da oligarquia russa é a melhor forma de combater Putin”, que a União Europeia tem tido “uma resposta fraca”, porque “demorou muito a congelar os bens, permitiu a transferência de fortunas destes oligarcas que conseguiram meter o seu dinheiro a salvo” e que o governo português tem tido uma atitude que não se percebe ao “não divulgar os nomes dos vistos gold”, “não aceitar retirar os vistos gold a quem foram atribuídos”, não se sabendo “que diligências estão a ser feitas”.

O governo de Passos Coelho “ia à Rússia vender vistos gold”

No mesmo debate, perante Adolfo Mesquita Nunes, ex-secretário de Estado do Turismo do governo de direita pela mão do CDS de onde agora saiu para apoiar a Iniciativa Liberal, lembrou que o governo de direita “ia à Rússia vender vistos gold” e que “pegava em recursos do Turismo de Portugal”, presidido por Cotrim Figueiredo, agora líder da Iniciativa Liberal, para trazer milionários do regime de Putin para Portugal.

A deputada assegurou que, enquanto isto acontecia, ela já se opunha à oligarquia russa e à angolana.


Este artigo foi objeto do exercício de direito de resposta por parte de Marco Galinha a 4 de março de 2022, que o Esquerda.net recusou publicar por entender não cumprir os requisitos exigidos pela lei. O autor recorreu da decisão para a Entidade Reguladora para a Comunicação Socal (ERC), que determinou a publicação da resposta expurgada das partes que considerou não caberem num direito de resposta a este artigo. O autor enviou ao Esquerda.net a 24 de maio de 2022 um texto de resposta expurgado das partes assinaladas pela ERC. Leia aqui o direito de resposta de Marco Galinha.

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