A população da aldeia do Meco, no concelho de Montemor-o-Velho, está alarmada com o projeto de exploração de minérios promovido pela empresa Aldeia S.A e que abrange também as aldeias de Vale Canosa e Amieiro numa extensão de 136 hectares.
Com uma sessão de esclarecimento promovida pela empresa a ter lugar esta terça ao final da tarde, a população organizou uma vigília de protesto contra a exploração mineira. “Não tivemos tempo para criar uma comissão. Não tivemos tempo absolutamente para nada, nem para tentar recolher assinaturas ou para fazer um parecer negativo”, afirmou Carolina Monteiro, uma das moradoras, ao jornal As Beiras.
A vigília acabou por juntar mais de duas centenas de pessoas e entre elas esteve Mariana Mortágua, lembrando que “estive aqui perto há um ano por causa de uma exploração de caulinos pela mesma empresa” que agora quer extrair minérios do subsolo destas aldeias.
O que estes projetos e outros espalhados pelo país têm em comum é que “prometem emprego e riqueza, e o que fica é destruição e dano ambiental”, disse Mariana Mortágua na intervenção durante a vigília.
Aos jornalistas, falou das muitas vezes que se tem encontrado com as populações “que se têm unido contra as explorações de minérios que vão pôr em causa a sua saúde futura em nome de ganhos incertos para meia dúzia de pessoas de empresas que vêm explorar estes recursos”.
Em seguida, apontou o dedo também ao Estado, que “não protege as populações: A própria Agência Portuguesa do Ambiente que devia proteger e cuidar do território acaba por dar os pareceres que permitem estas explorações”, lamentou.
“Nós não queremos este modelo para Portugal, de minas de caulino e lítio que vão estragar o território e pôr em causa o nosso futuro”, prosseguiu a coordenadora do Bloco de Esquerda, garantindo que “vamos continuar a agir no Parlamento para ter uma lei que proteja as populações e dar mais voz à população”.
“Como costumo dizer nestes encontros e protestos, se isto fosse bom para esta região, a população apoiava. Não podemos desenvolver o território contra as pessoas que nele vivem”, concluiu Mariana.