Maria Luís Albuquerque: Bloco propõe alteração ao regime de titulares de cargos públicos

04 de março 2016 - 10:10

Bloco voltar a apresentar proposta de 2013 de alteração ao regime de titulares de cargos públicos, que foi chumbada pelo PSD e CDS. “Arrow Global comprou a Whitestar, a empresa que está a avaliar a Oitante, que é o veículo dos ativos tóxicos do Banif. A situação de Maria Luís Albuquerque não é, de todo, aceitável” denuncia Catarina Martins.

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Numa sessão pública em Coimbra, Catarina Martins descreveu a situação da ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque com não sendo  “justa, nem moral. E não é, de todo, aceitável”, afirmou Catarina Martins. Em 2013, o Bloco fez uma proposta de alteração legislativa sobre incompatibilidades de titulares de cargos políticos, que foi chumbada com os votos contra do PSD e do CDS. Catarina Martins acrescentou que essa proposta “hoje mostra não só a sua razão de ser e a importância do Bloco continuar a apresentá-la, como o fará, mas demonstra também os piores motivos porque o PSD e o CDS a recusaram”.

Na sua intervenção, Catarina Martins afirmou que a empresa Arrow Global, um fundo abutre que anunciou a contratação da ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, alcançou, em 2015, lucros recorde. A Arrow Global é uma empresa à qual “o Banif vendeu crédito mal parado ao mesmo tempo em que Maria Luís Albuquerque era ministra das Finanças” denunciou a porta-voz do Bloco.

Isto é, a ministra Maria Luís Albuquerque adiava uma solução para o caso Banif, que já tinha milhares de milhões de euros dos contribuintes metidos lá dentro, e, enquanto isso, “a Arrow Global estava a comprar crédito mal parado ao Banif e a ganhar dinheiro com a sua desgraça”, acusa Catarina Martins.

Maria Luís Albuquerque vai trabalhar para a empresa que fez dinheiro com o Banif quando era ministra das Finanças e que continua a fazer dinheiro com a parte do Banif que o Santander não quis.

A Arrow Global, ao mesmo tempo, comprou empresas em Portugal, “uma delas, a Whitestar, é hoje nem mais nem menos do que a empresa que está a avaliar a Oitante, que é o veículo dos ativos tóxicos do Banif”, descreveu a líder bloquista.

Ou seja, “Maria Luís Albuquerque vai trabalhar para a empresa que fez dinheiro com o Banif quando era ministra das Finanças e que continua a fazer dinheiro com a parte do Banif que o Santander não quis”, resumiu Catarina, que classificou como “vergonhoso” o facto de Maria Luís Albuquerque ter afirmado não ver qualquer incompatibilidade no exercício do seu novo emprego.

O Bloco já pediu esclarecimentos sobre os regimes de incompatibilidade dos titulares dos cargos públicos e apresentou requerimento a solicitar informação à Comissão de Inquérito sobre empresas que avaliaram ou compraram ativos ao Banif e Oitante, desde o início da intervenção pública.

Na mesma sessão, José Manuel Pureza discutiu o Orçamento do Estado para 2016 e os impactos que terá na vida nas pessoas.