Maria Luís Albuquerque: Bloco investiga empresas que compraram ativos ao Banif

03 de março 2016 - 23:01

Bloco apresentou requerimento a solicitar informação à Comissão de Inquérito sobre empresas que avaliaram ou compraram ativos ao Banif e Oitante, desde o início da intervenção pública.

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Foto de Olivier Hoslet/Lusa.

Num requerimento apresentado por Mariana Mortágua ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a venda e resolução do Banif, o Bloco de Esquerda solicitou informação sobre empresas que avaliaram ou compraram ativos ao Banif e Oitante, desde o início da ajuda pública.

O requerimento surge na sequência do anúncio da contratação de Maria Luís Albuquerque pela empresa Arrow Global, líder da compra de crédito malparado em Portugal. A empresa, ao anunciar a contratação da ex-ministra das Finanças, sublinhou a "experiência rica" que trará à empresa enquanto deputada no parlamento português.

Num documento classificado como "confidencial" mas disponível na internet, a empresa revelou gerir 5.5 mil milhões de euros e ter como clientes em Portugal os bancos Santander, Banif, Millennium BCP, Banco Popular, Montepio, Finibanco, Crédito Agrícola, Cofidis, entre outras empresas de renome do setor financeiro.  

Reagindo à notícia da contratação de Maria Luís Albuquerque, Catarina Martins afirmou que é “inaceitável”. “Não há palavras para descrever uma situação desta”, resumiu a porta-voz bloquista: “Maria Luís Albuquerque acaba de ser contratada por uma empresa que lucra com o crédito malparado dos bancos nacionais”.

“Trata-se de uma empresa que, enquanto o sistema financeiro era tutelado por Maria Luís Albuquerque, fez dinheiro comprando crédito malparado ao Banif. A Arrow Global é também dona de empresas portuguesas, como a Whitestar, que é a empresa que neste momento avalia os ativos do Banif que o Santander não quis e que estão no Estado”, revelou Catarina Martins.

A porta-voz do Bloco diz que a ex-ministra “foi trabalhar para a empresa que lucrou com o que fez no Banif, ao arrastar a situação, e que neste momento tem a faca e o queijo na mão para continuar a lucrar com a forma como forem geridos os ativos que ainda estão na mão do Estado”.