Mais de uma centena de pessoas juntaram-se esta tarde na Praça José Fontana, em Lisboa, para lembrar as vítimas da transfobia, com faixas, velas e bandeiras. Às 18h as pessoas foram-se juntando e à medida que escurecia a multidão aumentou, enquanto se leram os nomes das vítimas da violência contra as pessoas trans.
No dia 20 de novembro assinala-se o Dia da Memória Trans, e todos os anos a comunidade e as ativistas do movimento LGBTI+ se juntam em Lisboa para lembrar as vítimas da violência contra pessoas trans.
A Transgender Europe (TGEU) revelou este mês que foram registados mais de 5.000 homicídios documentados de pessoas trans e não-binárias desde o início do projeto, em 2008. Só entre outubro de 2023 e setembro de 2024, foram registados 350 homicídios de pessoas trans e de género diverso. Segundos os dados divulgados, 94% das vítimas eram mulheres trans ou pessoas transfemininas e 93% eram pessoas trans negras ou racializadas.
Direitos trans
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A vigília na Praça José Fontana contou com um momento artístico de Sambado, mas houve também espaço para intervenções em microfone aberto, onde se falou da violência a que as pessoas e a comunidade trans são sujeitas no quotidiano.
O Dia da Memória Trans foi assinalado pela primeira vez em 1999 pela ativista pelos direitos trans Gwendolyn Ann Smith. O objetivo é que fosse uma vigília para lembrar a morte de Rita Hester, mulher trans assassinada em 1998. 26 anos depois, em Lisboa, também a comunidade trans lembrou as vítimas da transfobia e da violência contra a comunidade trans.