Mais de 20 mil profissionais das forças de segurança protestaram esta quarta-feira no Porto para exigir melhores condições salariais, numa manifestação promovida pela plataforma de sindicatos da PSP e associações da GNR.
Foi a segunda manifestação das forças de segurança no espaço de uma semana, que segundo a organização foi a maior de sempre, depois da manifestação em Lisboa, em frente à Assembleia da República, que juntou mais de 15 mil polícias.
No Porto, os manifestantes arrancaram do Comando Metropolitano do Porto da PSP pelas 18h20 e ocuparam metade da Avenida dos Aliados.
A meio da manifestação chegou a informação de que, pela primeira vez em manifestações do género, integravam a coluna oficiais da Guarda, situação confirmada à Lusa pelo presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, César Nogueira.
Os polícias exigem um suplemento com valor idêntico ao da Polícia Judiciária e prometem continuar com mais manifestações idênticas. Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), em declarações ao Público, deixou uma garantia: “Os protestos vão continuar até ao dia em que os polícias tiverem a sua situação resolvida.”
Reivindicações salariais e de condições de trabalho dos polícias “são mais do que justas”
O Bloco de Esquerda reconhece que a insatisfação destes profissionais de segurança tem vindo a aumentar “pelo facto de outras forças de segurança e de investigação criminal terem recebido um tratamento mais favorável, provocando uma intolerável injustiça relativa”.
Mariana Mortágua assegurou o compromisso do partido “com reivindicações salariais e com a justiça relativa entre as várias polícias relativamente ao subsidio de risco”, referindo que o partido já tinha apresentado uma proposta no último Orçamento sobre a matéria, chumbada pelo PS, e voltará a fazê-lo.
Entretanto, os deputados do Bloco, Joana Mortágua e Pedro Filipe Soares, reuniram na passada sexta-feira com a plataforma que junta os sindicatos da PSP e associações da GNR.
Em concreto, o Bloco propõe "aumentar o valor pago a título de subsídio de risco à PSP e à GNR, equiparando-o ao valor pago aos profissionais da Polícia Judiciária, rever as carreiras e tabelas remuneratórias da PSP e GNR, ouvindo os sindicatos e associações profissionais, garantir a igualdade salarial entre GNR e PSP" e "abrir novos concursos de ingresso na PSP e GNR".