Dos 19.917 registos de Alojamento Local em Lisboa, apenas foi efetuada prova de registo de atividade de 11.447, o que indica que mais de 8.200 deverão ser cancelados, por terem esgotado o prazo para o fazer. O prazo de dois meses foi dado após a entrada em vigor das medidas do pacote Mais Habitação, que determina a caducidade dos registos inativos de Alojamento Local. Ele terminava no dia 7, mas o Governo prolongou-o mais uma semana, até ao dia 13. Segundo a lei aprovada, o poder para efetuar o cancelamento que a lei prevê pertence aos presidentes das respetivas autarquias.
Com este resultado, cerca de 40% das unidades de Alojamento Local em Lisboa não cumpriram a referida entrega, vendo assim caducar a sua autorização de atividade, cabendo a Carlos Moedas determinar o encerramento da atividade nesses fogos.
Em comunicado, a concelhia lisboeta do Bloco de Esquerda exige que a Câmara Municipal realize imediatamente os procedimentos de fiscalização "que impeçam a continuidade irregular desta atividade em 8 mil casas que podem e devem ser recuperadas pelo mercado de habitação".
Por outro lado, acrescentam os bloquistas de Lisboa, esta atualização do universo de Alojamento Local autorizados "não dispensa uma nova regulação deste negócio, tal como o Bloco tem defendido", pois existem freguesias de Lisboa onde o rácio de fogos em AL "já ultrapassou os 70%, na sua grande maioria desviados do uso habitacional a que deveriam estar exclusivamente dedicados".
Em relação aos dados noutros concelhos particularmente afetados pela disseminação do Alojamento Local, citados pela agência Lusa, no Porto ficaram cerca de dois mil registos por atualizar de um total de cerca de 10.500. Na região do Algarve, dos 9.955 registos em Albufeira podem ser cancelados mais de 3.300, em Loulé mais de 2.750 e em Lagos quase 2.000.