Em comunicado, o Sindicato dos Jornalistas anuncia que no dia em que fará um mês da greve dos trabalhadores do Jornal de Notícias, no próximo dia 6 de janeiro, todos os profissionais da Comunicação Social em Portugal vão parar uma hora “num abraço solidário”.
A estrutura sindical “expressa o maior respeito pela coragem dos jornalistas do Global Media Group” que aderiram à greve “contra o anunciado despedimento de cerca de 200 trabalhadores” e reconhece “o esforço pessoal e financeiro dos jornalistas, particularmente no JN, acrescido do desgaste emocional de não ver o próprio jornal nas bancas durante dois dias”.
Para o Sindicato dos Jornalistas, esta paralisação serviu também “de alerta para os problemas” que existem “noutros grupos, e para as dificuldades, nomeadamente financeiras, no ecossistema dos media portugueses, que os tornam permeáveis à entrada de investidores cujos titulares e objetivos não temos como conhecer bem, apesar da amplitude das nossas leis”.
A cobertura mediática da luta “foi um sinal de que os jornalistas têm consciência dos problemas no setor, que o próprio ministro da Cultura reconheceu em declarações à entrada do Conselho de Ministros, no Porto, ao falar em “redações depauperadas” de meios”.
Escreve-se ainda que “é tempo de deixar no passado a velha máxima “o jornalista não é notícia” e olhar de frente para os problemas na classe, sem medo de os denunciar, certos de que o necessário reforço dos laços de solidariedade não afetará a saudável concorrência entre as várias marcas, que são garante da diversidade e da pluralidade que tanto importam ao jornalismo, esse pilar da democracia que todos amamos e preservamos”.