Greve na Cimpor com grande adesão

16 de abril 2024 - 14:18

Paralisação prolonga-se até quinta-feira, com os trabalhadores a lutarem por aumentos salariais dignos e direitos iguais para todos os trabalhadores do grupo.

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Fotografia: Feviccom

“A Administração fugiu à negociação e decidiu avançar unilateralmente com uma actualização de 4,5% nos salários e outras matérias pecuniárias, que fica muito aquém das reivindicações dos trabalhadores, para além de recusar negociar a redução do horário semanal de trabalho, melhorias nas carreiras profissionais e a aplicação do apoio na saúde a todos os trabalhadores, reformados e familiares” refere a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom), em comunicado

Perante esta situação, os trabalhadores decidiram avançar para a greve, a decorrer nos dias 16, 17 e 18 de abril. Esta paralisação iniciou-se às 6h00 da manhã de 16 de abril, na Cimpor-Indústria, terminando no dia 19 de abril também de madrugada. A esta luta juntam-se outros trabalhadores do grupo, designadamente da Ciarga-Argamassas Secas (também entre 16 e 19 de abril) bem como os trabalhadores da Cimpor-Serviços, da Sacopor e das restantes empresas do grupo, no dia 18 de abril.  

Em todos os dias desta greve, os trabalhadores concentram-se às 8h00 da manhã junto à entrada das unidades de produção da Maia, Souselas, Alhandra, Alenquer e Loulé. 

O secretário geral da CGTP, Tiago Oliveira, esteve esta terça-feira junto dos trabalhadores na unidade de produção de Alhandra. Em comunicado, a Feviccom informa que a greve conta com "grande adesão dos trabalhadores" sendo que "a produção de cimento está parada."

As reivindicações nas empresas do grupo

Os trabalhadores lutam por aumentos salariais dignos e direitos iguais para todos os trabalhadores do grupo. 

Assim, na Ciarga-Argamassas Secas os trabalhadores reivindicam “aumentos salariais iguais, em percentagem mas também no valor mínimo; subsídios de turno iguais, de acordo com os regimes praticados, em particular para os dois turnos com folga fixa ao domingo (270,00€ em 2023); 15º mês, para todos os trabalhadores da CIARGA e subsídio de transporte em função da distância entre local de trabalho e local de residência” refere a CGTP em comunicado. 

Por sua vez, na Cimpor-Indústria de Cimentos, está em causa a “defesa da proposta sindical de revisão do Acordo de Empresa (salários e direitos) para o ano de 2024”, refere a CGTP, explicitando que esta inclui, entre outras medidas, um aumento salarial mínimo de 200,00€, 37 horas semanais de trabalho a partir de 1 de janeiro de 2025, retribuição do trabalho por turnos, feriados no regime de laboração contínua e pagamento do 15º mês.

Desde o final de 2023, a Cimpor é detida pela Taiwan Cement Corporation (TCC), um gigante nesta indústria, com sede em Taiwan. A Cimpor “integra o terceiro maior grupo cimenteiro mundial, com condições económicas e financeiras bastantes para responder positivamente às propostas dos trabalhadores” conclui a Feviccom.