A greve convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) teve lugar esta quinta-feira entre as 8h e as 13h, período em que os serviços dos hospitais de Santa Maria e Pulido Valente funcionaram a meio gás e "dos seis blocos operatórios centrais que estariam em funcionamento, só um é que está aberto", como referiu à Lusa Isabel Barbosa, acrescentando que o bloco de ginecologia e o bloco de dia de imunoterapia também tiveram adesão de 100%. Nos serviços de Urgência e Cuidados Intensivos foram cumpridos os serviços mínimos e no Hospital de Dia de Hematologia a adesão era de 50%
Com este protesto, os enfermeiros voltaram a chamar a atenção para a falta de profissionais no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHULN), que integra os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, exigindo por isso a "contratação urgente" de enfermeiros e a valorização das suas carreiras para que se possam manter ao serviço.
"Nós temos enfermarias no Hospital Pulido Valente, por exemplo, que estão encerradas. E porque é que não conseguem abrir? Porque não há captação de enfermeiros, não há possibilidade de contratar e não há também a possibilidade, muitas vezes, de fixar", disse a dirigente sindical.
O SEP contesta também a administração do CHULN por não ter cumprido os compromissos assumidos numa reunião a 3 de março para corrigir a maior parte das reivindicações dos enfermeiros. Após essa reunião, a greve decidida em plenário acabou por ser desconvocada, mas passados quase dois meses os problemas mantêm-se.
Entre as reivindicações deste protesto está o pagamento de todo o trabalho extraordinário e feriados em dívida, a "justa e legal contabilização dos pontos detidos pelos enfermeiros e pagamento dos devidos retroativos desde 2018", bem como "a harmonização do número de dias de férias entre todos os enfermeiros", pois atualmente os que têm Contrato Individual de Trabalho têm menos dias de férias do que os abrangidos pela contratação coletiva.
Greve e concentração na sexta-feira em frente à ARS Norte
A correta contabilização dos pontos a todos os enfermeiros e os devidos reposicionamentos remuneratórios são também as razões do protesto marcado para esta sexta-feira às 11h30 em frente às instalações da Administração Regional de Saúde do Norte.
Também aqui, após a reunião com a administração a 10 de março, os enfermeiros não viram as suas exigências serem satisfeitas, pelo que continuarão a reclamar "a justa e legal contabilização dos pontos a todos os enfermeiros", bem como o pagamento dos retroativos desde 2018, a contratação de mais enfermeiro e a vinculação dos precários.
A par da concentração, o SEP convocou uma greve na ARS Norte das 8h às 24h desta sexta-feira.
