EDP

Governo vai deixar caducar 110 milhões de impostos do negócio das barragens

25 de setembro 2024 - 14:13

No final do ano os 110 milhões de impostos devidos pela EDP e Engie caducam. Em quatro anos, nada foi feito para cobrar a verba. Mariana Mortágua comenta que “taxar os super-ricos é também cobrar à EDP o que deve ao país”.

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Barragem de Miranda do Douro. Foto jlois/Wikimedia
Barragem de Miranda do Douro. Foto jlois/Wikimedia.

O Movimento Cultural Terra de Miranda denunciou esta terça-feira nas suas redes sociais que o Governo “vai deixar caducar o Impostos do Selo e o IRC devidos pelo negócio das barragens” pela EDP e Engie num valor de 110 milhões de euros. A caducidade, informa-se, “ocorrerá já no final deste ano”.

O movimento tem feito constantes alertas ao longo tempo sobre esta situação e lembra que passaram quatro anos e três governos que “infelizmente nada fizeram para se exigirem os impostos devidos”.

Considera-se que o atual executivo “já teve tempo suficiente para determinar a liquidação dos impostos”, responsabilizando-se assim “pessoalmente” o primeiro-ministro e o ministro das Finanças pelo “gravíssimo dano que estão a provocar ao Povo da Terra de Miranda e ao Povo português”.

Para o Movimento Cultural Terra de Miranda a inação revela que “se trata de uma estratégia concertada e dolosa para favorecer as concessionárias”. Isto porque “perante os fortíssimos indícios de evasão fiscal, o Estado estava legalmente obrigado a efetuar uma investigação tributária imediata e rigorosa”.

O anterior primeiro-ministro tinha informado a Assembleia da República em 2021 que estaria em curso uma inspeção tributária ao negócio. Só que recentemente o Parlamento foi informado que “afinal, nenhuma inspeção tributária havia sido iniciada”, escreve-se.

O grupo local considera que “a decisão de não inspecionar o negócio e não exigir o imposto é ilegal e inaceitável”.

Conclui-se que a caducidade revela “o desprezo que o Estado e os políticos nutrem pelas populações da Terra de Miranda”. Para além disso, “indicia também o servilismo e a corrupção a que se deixaram submeter os poderes instituídos perante o poder económico das concessionárias”.

O movimento exige aos municípios da região que litiguem “nos tribunais e na administração pública” “sem medos nem servilismos”.

Na conta no X, Mariana Mortágua comentou a situação afirmando que “taxar os super-ricos é também cobrar à EDP o que deve ao país” e recordando também que que foram “quatro anos a “investigar”, três governos e nada” daí resultou.

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