Segundo avança a TSF, na sequência dos contactos desenvolvidos e face à manifestação de interesses que recebeu, o Governo optou pela privatização total dos Estaleiros Navais Viana do Castelo (ENVC) em vez de, tal como chegou a ser admitido, se avançar com uma concessão da exploração ou promover uma privatização parcial.
Esse processo, acrescenta uma fonte do Ministério da Defesa que falou com a Lusa, resulta de “vários contactos e reuniões” que se revelaram “suficientemente sólidos”, com seis potenciais grupos interessados na compra dos ENVC.
“No âmbito deste concurso público estes grupos podem confirmar as propostas ou não. Como podem ainda aparecer outras”, acrescentou a fonte, assumindo a existência de “garantias” dos interessados até ao momento. Trata-se de grupos económicos ligados à indústria naval chinesa e russa, mas também investidores nacionais.
“Haverá agora um período de cerca de mês e meio para o Ministério das Finanças preparar o caderno de encargos desta reprivatização. Estimamos depois mais cerca de dois meses para a decisão sobre o vencedor do concurso”, explicou a mesma fonte.
O objectivo é reprivatizar a empresa – nacionalizada há 37 anos a pedido dos trabalhadores e da própria administração – nos próximos quatro meses.
A opção pela privatização dos estaleiros vai ser apresentada esta segunda-feira, às 17h, pelo ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, como solução para assegurar a continuidade da empresa à Comissão de Trabalhadores, que receia que o património da empresa acabe nas mãos de grupos internacionais.
“É cedo para falar sobre postos de trabalho”
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, questionado pela TSF sobre se estão ou não garantidos todos os postos de trabalho nos Estaleiros de Viana do Castelo com a privatização a 100 por cento da empresa, avisa que ainda é cedo para dar uma resposta a esta pergunta.
“É prematuro. Não queria entrar em grandes pormenores sobre esta matéria, porque todas as perguntas que poderem fazer sobre isso dependem de desenvolvimentos que ainda não estão definidos. É impossível antecipar sobre essas questões”, afirma Passos Coelho, dando um sinal de que a manutenção dos postos de trabalho não surge como primeira linha nas negociações.
O primeiro-ministro explica apenas que o Governo está apostado em “garantir a continuidade dos estaleiros”, reconhecendo que o Governo procura um “mecanismo que permita a injeção de capital através de um processo de privatização”.
Governo avança com privatização total dos Estaleiros de Viana do Castelo
19 de março 2012 - 14:53
O Governo vai lançar, dentro de 45 dias, um concurso público internacional para a reprivatização total dos Estaleiros Navais Viana do Castelo, empresa nacionalizada há 37 anos, a pedido dos trabalhadores e da própria administração. Passos Coelho diz que é cedo para falar sobre postos de trabalho.
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A negociação com os interessados na privatização é a única alternativa em cima da mesa para os ENVC.