Esta sexta-feira, Joana Mortágua criticou as incoerências dos dados do ministério da Educação sobre a falta de professores este ano escolar. A deputada bloquista afirmou que o governo preferiu “martelar os números” e avisa que não é possível fazer a comparação de números entre este ano e o ano anterior da forma que o governo fez.
Tal como no ano passado, há dezenas de milhares de alunos que não têm aulas a pelo menos uma disciplina durante uma parte do primeiro período, mas há alguns milhares de alunos que não tiveram aulas a pelo menos uma disciplina durante a totalidade do primeiro período.
“O que o governo faz é confundir os dois”, acusou Joana Mortágua. “Compara o número de alunos que não teve aulas na totalidade do primeiro período com o número de alunos que não teve aulas a uma parte do primeiro período, e dessa forma diz que resolveu o problema a 90%”.
A deputada do Bloco de Esquerda, denunciou as contas erradas do governo, que afirma serem “martelados para esconder a realidade da falta estrutural de professores nas escolas”, uma vez que os números deste ano são comparáveis aos do ano passado.
Regresso às aulas
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Em declarações aos jornalistas, Joana Mortágua aponta também para o facto de a falta de professores estar a ser resolvida pela contratação de professores sem formação pedagógica como situação de recurso, mas considerou “grave” o ministro da Educação dizer que não está preocupado com esta realidade. “É um retrocesso de dezenas de anos na qualidade da escola pública”, considerou.
O governo anunciou que há 2.338 alunos sem aulas a uma disciplina durante todo o primeiro período e 41 mil neste momento sem aulas a pelo menos uma disciplina durante uma parte desse período. Em 2023, havia cerca de 1.300 alunos sem aulas a uma disciplina durante todo o primeiro período e 32.500 alunos que não tiveram aulas a pelo menos uma disciplina durante uma parte do período.