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Falta dinheiro às escolas para reparar portáteis avariados

Computadores avariados “amontoados nas escolas”. É assim que o Jornal de Notícias descreve a situação de falta de meios financeiros para reparar os equipamentos informáticos que foram atribuídos aos alunos, que estão já fora da garantia, e que por alguma razão tenham problemas de funcionamento.
O diário ouviu os presidentes de duas associações de diretores, Manuel Pereira, da ANDE e Filinto Lima, da ANDAEP, que confirmaram que “em quase todas as escolas, há dezenas de computadores arrumados” por causa de avarias. Quando estão fora da garantia, os orçamentos apresentados para reparação têm um preço “muito elevado, chegando a ser o preço do computador”, denunciam.
O primeiro explica a questão da seguinte forma: “não temos qualquer verba para reparar computadores. Quando a avaria é da responsabilidade dos alunos, os pais assumem-na. Se não o fizerem, o aluno fica sem computador. E só é dado computador substituto, se a escola tiver”, acrescentando que, em muitos casos, estes não existem”. Este diretor de escola defende que “a entrega do computador devia ter um seguro associado ou serem dadas verbas às escolas para repará-los.”.
O segundo acrescenta ser necessária “uma solução urgente” e coloca em cima da mesa a necessidade de revisão da portaria de rácios dos funcionários não docentes de forma a que seja obrigatória a contratação de um técnico de informática para os estabelecimentos escolares.
Do lado dos pais também se diagnosticam problemas, nomeadamente a falta de substituição dos equipamentos estragados. Mariana Carvalho, da Confap, reclama que a situação “está cada vez pior”. Os pais não podem sequer fazer seguro para os computadores porque não são seus proprietários e muitos dos que têm recursos para isso acabam por pagar do seu bolso: “Já há casos de famílias a quem foram cobrados arranjos superiores a 100 euros”, afirma a dirigente associativa. Entre os filhos dos que não o podem fazer, assinala, há quem tenha ficado à espera da reparação para poder aceder aos manuais digitais. Pais e diretores queixam-se ainda que estas reparações estão a demorar muito mas, ao JN, o Ministério da Educação afirma que o tempo médio da reparação nos casos em que há garantia é de um mês e meio.
O Governo garante ainda que está a tratar do assunto, respondendo ao jornal que “para os computadores que já não estão cobertos pela garantia, está em curso um processo de assistência, no valor de 17 milhões anuais, cujo início está dependente da conclusão” de contratos não especificados. Aquele jornal nota que “em meados de outubro” foi requerido às escolas que fizessem um levantamento dos computadores avariados e que no Orçamento do Estado para este ano estava inscrita uma verba de 17 milhões de euros efeitos de “manutenção do material digital”, mas que esta medida já não consta do OE para 2024 agora em discussão parlamentar.
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