O canal de televisão francês BFMTV avançou esta terça-feira a informação de que o Ministério Público abriu uma investigação por suspeitas de financiamento ilegal da campanha de Marine Le Pen nas presidenciais de 2022. Este órgão de comunicação social esclarece que a decisão foi tomada na sequência de “um alerta em abril passado” da Comissão Nacional de Contas de Campanha e Financiamento Político.
Em Espanha é o Tribunal de Contas que decidiu multar o partido de extrema-direita Vox em 233.324 euros por financiamento irregular, de acordo com El País. Em causa estão as contas de 2019, o ano em que o partido conseguiu ser eleito a nível nacional, passando depois a receber financiamento do Estado. O partido cometeu duas “infrações continuadas muito graves” à Lei Orgânica de Financiamento dos Partidos Políticos no que diz respeito a arrecadar donativos proibidos para financiar um caso judicial contra o ex-presidente da Generalitat catalã Quim Torra e para pagar a fiança de um jovem a braços com a justiça pela morte de um ladrão. Estes implicaram benefícios fiscais tanto para o partido quanto para os doadores. 4.516 beneficiaram assim de um valor de 88.746,41 euros.
No país, as doações “finalistas” para os partidos, ou seja com uma finalidade pré-definida, são proibidas. No caso do processo contra Quim Torra, o Vox não terá devolvido o dinheiro que excedeu aquela finalidade e “passou a fazer parte do património do Vox”. A atribuição de uma finalidade às campanhas de recolha de fundos fazia parte de uma estratégia para conseguir “uma maior mobilização de pessoas que estão dispostas a financiar o partido para que leve a cabo a atividade ou projeto anunciado”.
No Brasil, a investigação da Polícia Federal concluiu que Jair Bolsonaro participou no desvio ou tentativa de desvio de 6,8 milhões de reais em presentes como esculturas, joias e relógios. O ex-presidente está acusado de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa para desviar e vender no estrangeiro as prendas oficialmente dadas ao Estado brasileiro e apropriar-se das verbas do acervo público brasileiro através de intermediários e sem utilizar o sistema bancário formal.
O relatório de 476 páginas foi tornado público esta segunda-feira pelo Supremo Tribunal e o caso encaminhado para a Procuradoria-Geral da República. De acordo com a Polícia Federal, parte das verbas terão servido para custear a sua estadia nos EUA para onde foi depois de perder as eleições.