“Hoje fiz o pedido oficial junto do SEF. Recebi uma declaração e depois vai-se desenrolar o processo. Tenho razões para este pedido, mas não posso falar disso abertamente” – afirmou Margarita Sharapova ao site dezanove.pt. A escritora e guionista é um nome incontornável do panorama literário LGBT na Rússia e diz-se perseguida por causa do teor da sua obra, que cai na alçada da lei contra a "propaganda homossexual", aprovada no parlamento russo em junho.
“A literatura-LGBT na Rússia não tem futuro”, lamenta Sharapova, dando o seu próprio exemplo de relacionamento com as autoridades russas. "Quando eu lhes disse que escrevi a minha prosa antes da lei de propaganda homossexual e eles responderam-me: Escreveste antes, e responderás por isso depois. Agora!". A escritora russa promete escrever um romance para contar tudo o que se passou, mas por agora prefere o silêncio. "Mais pormenores não posso contar por enquanto, são demasiado horríveis", declarou Sharapova.
A escritora publicou o seu último livro - "O Menino Nebuloso" em 2008 - e espera retomar a publicação de obras em Portugal. “Sem dúvida que aqui irei fazer o meu trabalho relacionado com os temas LGBT, estou a planear publicar livros, compilações de autores russos, talvez terei uma revista, mas por enquanto estou a tratar do processo”, acrescentou Margarita Sharapova.
Segundo o dezanove.pt, a Rússia assiste a uma vaga de emigração de homossexuais nos últimos meses. EUA, UE e Austrália são os destinos dos ativistas do movimento LGBT perseguidos por Putin e pela extrema-direita russa.