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“A escolha não pode ser entre a escola como se nada fosse ou a escola encerrada”

Catarina Martins deixou um apelo para que o investimento necessário para permitir a reabertura das escolas em condições de segurança seja feito agora. Em causa estão mais recursos e mais espaços, com o desdobramento de turmas e a garantia de mais pessoal docente e não docente.
Foto Esquerda.net.

Esta quarta-feira, a coordenadora do Bloco de Esquerda visitou o Centro Escolar dos Riachos, do Agrupamento de Escolas Artur Gonçalves, em Torres Novas. À margem desta visita, Catarina Martins falou sobre a “situação muito complicada no ensino à distância” e o facto “de as infraestruturas deste país não terem sido preparadas” para esse modelo.

Conforme assinalou a dirigente bloquista, “a intermitência da rede de internet continua a ser um problema em todo o território nacional”. Para o Bloco, é “preocupante que, passado todo este tempo, não tenha sido feito nada do ponto vista estrutural para assegurar que haja rede, e com qualidade, em todo o país".

Catarina Martins criticou o silêncio do Ministério da Economia e da Anacom, sublinhando que esta situação não tem só a ver com a Educação, tem a ver com a Economia. E voltou a apontar os atrasos na tarifa social da internet.

A coordenadora do Bloco defendeu que não é possível ter as escolas fechadas durante todo o tempo em que durar a pandemia e que a escolha não pode ser entre o modelo antes da pandemia ou fechar a escola.

“É possível, seguramente, reinventar o espaço da escola e a experiência da escola para permitir com segurança que as escolas estejam abertas o quanto antes”, afirmou Catarina Martins. E deixou um apelo: que o executivo faça aquilo que “disse que ia fazer antes do início deste ano letivo e não fez”, ou seja, “preparar as escolas para esse modelo de ensino”.

Esse investimento deve ser “feito agora. Não é tarde demais. Cada mês sem aulas para as crianças e para os jovens tem um impacto no seu desenvolvimento”, alertou. Em causa estão mais recursos e mais espaços, com o desdobramento de turmas e a garantia de mais pessoal docente e não docente.

“Não seria aceitável que se perdesse mais um ano letivo com esta falsa dicotomia ou a escola como se nada fosse ou a escola encerrada”, frisou.

Catarina Martins reforçou que “é possível adaptar a escola para que haja ensino presencial todo o ano com condições de segurança”.

“Governo tenta encontrar mais situações para exclusão dos apoios do que para incluir”

Questionada sobre as notícias de que o Governo avançará com a extensão do apoio excecional a pais em teletrabalho, Catarina Martins referiu que o Bloco registou com satisfação que o Governo teve em conta os argumentos do Bloco de Esquerda e da Provedora de Justiça.

No entanto, sublinhou que “o problema é o tempo, na medida em que apoios não podem chegar quando as escola estiveram a reabrir”.

No que respeita ao facto de o Governo querer impor critérios para a atribuição do apoio, a coordenadora do Bloco lamentou que o executivo tente “encontrar mais situações para exclusão dos apoios” do que para incluir mais pessoas.

Neste contexto, Catarina Martins defendeu que as apreciações parlamentares dos diplomas que regulam os mecanismos de apoio, agendadas para esta quinta-feira, “fazem sentido para que todos sejam incluídos”.

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